sábado, 12 de novembro de 2011

Afasta de mim esse CÁLICE, na visão perene "que dura, que não tem fim" de duas gerações.

11 de Novembro de 2011 - 20h35 “Cálice” volta à cena: o rap de Criolo e Chico Buarque.
Criolo Doido surgiu na cena paulista em 1989, de família vinda do Ceará. Hoje é rapper famoso, do tipo que fecha casa de show no Rio de Janeiro, templo de funkeiros. Sem entrar em detalhes sobre a sua escalada musical, importante dizer que ele detectou e letrou o que todo mundo já sabe: “Não existe amor em SP”.
Por Christiane Marcondes*
Mesmo assim, com seu jeito “manero” o compositor foi conquistando seguidores e se consagrou para além dos fãs do rap quando fez, de improviso e nitidamente muito emocionado, uma versão para a música “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil.


O vídeo foi para o Youtube e chegou até o velho Chico, que não tem nada de velho, anda acelerando com os motores ligados a mil e explorando a internet com mais avidez do que os primeiros astronautas que desembarcaram na lua. Com este pique, o Chico retomou uma turnê musical pelo país, após cinco anos fora dos palcos, e deslumbrou seu fiel “eleitorado” quando abriu o primeiro show da série, em Belo Horizonte, cantando o rap que o Criolo Doido fez para “Cálice”.



Sabe-se que Chico tirou do repertório ao vivo essa música e “Apesar de você” há muito tempo, por serem muito ligadas ao período da ditadura. Mas não causa espanto ele finalmente retomar o cálice, desta vez servido pelo Criolo Doido, que teve a sacada de que a música está atualizadíssima com os novos tempos, de PM em universidade, de imprensa manipuladora ou censurada, de indignados e indignos. Viva Chico, salve Criolo, o que parecia quase impossível virou uma parceria de trazer lágrimas aos olhos. Confiram o diálogo musical da dupla. O Cálice do Criolo Criolo Doido teve influências de MPB, samba e jovem guarda na composição de seu primeiro álbum lançado em 2006 e com tiragem esgotada em três semanas. Em 2009, comemorou vinte anos de carreira com o lançamento de um DVD gravado ao vivo na ''Rinha dos Mc's'' e o lançamento de seu segundo álbum com influências da sonoridade turca, francesa e jamaicana. Foi indicado em 2007 a ''Artista do Ano '' e a ''Revelação do ano'' pelo "HUTUZ'' maior premiação de hip hop no Brasil. Em 2008, recebeu o prêmio de ''Música do ano'' e de ''Personalidade do Ano'' na quarta ediçao da premiação ''O Rap é Compromisso" em São Paulo. Fundador da Rinha dos Mc's, evento que abriga em suas atividades semanais shows, batalhas de Freestyle, exposições de graffiti e fotografia. O Cálice do Chico para o Criolo Chico interpretou um trecho da letra de Crioulo com linguajar da periferia de São Paulo, incluindo final que diz, "Afasta de mim a biqueira, pai/ Afasta de mim as biate, pai/ Afasta de mim a coqueine, pai/ Pois na quebrada escorre sangue". *Redação Vermelho

20 de Novembro "Dia da Consciência Negra"

Poema de Viviane Mosé - TEMPO.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Aécio e suas frases de puro marketing .

     
Publicado em 08-Nov-2011

O tucanato acha que o povo é bobo e não sabe fazer distinção...
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Aécio Neves
No fato mais importante do dia para o tucanato, o seminário "Nova Agenda" promovido nesta 2ª feira (ontem) pelo partido no Rio, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), em plena campanha para viabilizar-se como o presidenciável do PSDB em 2006, não teve nada mais consistente a apresentar a não ser frases de efeito. Puro marketing.

Ele pensa que pode enganar o povo com sua retórica e suas mágicas. Sua frase mais bombástica no seminário, de que o governo só pune o malfeito quando vira escândalo, está mais para as práticas da inquisição. Na verdade, o ex-governador de Minas e ex-líder do governo Fernando Henrique Cardoso está com amnésia repentina, já que no período tucano (1995-2002) nada era investigado.

Tínhamos até o "engavetador geral da União" no Ministério Público, lembram-se? O Tribunal de Contas da União (TCU) era, então, um silêncio só. A Controladoria Geral da União (CGU) era nada. Quer dizer, os órgãos de fiscalização, de controle do Estado, da União, não controlavam coisa nenhuma.Tanto era assim que a lista de escândalos da era tucana não tem fim.

O tucanato acha que o povo é bobo


A afirmação do senador Aécio, de que o presidente Lula não fez as reformas e que a bonança mundial fez bem ao país, mas mal ao governo, simplesmente oculta um fato óbvio: que, ao contrário da era FHC (quando o país quebrou duas vezes e foi de pires na mão ao FMI), na era Lula saímos da crise e até ajudamos o FMI a auxiliar outros países.

Como se vê, ainda agora, e de novo, com a crise europeia. O tucanato acha que o povo é bobo e não sabe a diferença entre o PT e o PSDB, entre Lula e FHC, entre eles e o povo.

Francamente, o PSDB promover um seminário, dar-lhe o nome pomposo e ambicioso de "Nova Agenda" e ficar discutindo futilidades, o vazio, sem se concentrar em programas, projetos, metas e rumos para o país - como o nome do encontro dava a entender - parece brincadeira, piada de mau gosto.

Concentraram parte do debate, por exemplo, na proposta se o partido adota ou não o lema de campanha eleitoral "Yes, we care" (sim, nós nos importamos), semelhante àquele com que se elegeu o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em 2008 - "Yes, we can".

E a imprensa diz que a proposta partiu do ex-presidente FHC que a justificou dizendo que, se adotada como lema tucano, a frase mostra que o PSDB "se preocupa com as pessoas". Preocupa-se!!! Até aí, tem uma contradição, porque uma das propostas dos economistas tucanos no seminário foi o fim do crédito subsidiado que alavanca os investimentos, o crescimento econômico, o aumento do emprego e da renda...
Foto: Valter Campanato/ABr

Do blog do Zé Dirceu

domingo, 6 de novembro de 2011

Um retrato real das escolas estaduais.

por Maria Izabel Azevedo Noronha
Dois fatos ocorridos nos últimos dias demonstram a real situação da rede estadual de ensino: a invasão e depredação, pela quarta vez, da Escola Estadual Jardim Zaíra VIII, em Mauá, e o uso compartilhado por meninas e meninos nos banheiros da recém construída Escola Estadual Doutor Christiano Altenfelder Silva, no Grajaú, Zona Sul da capital.
Ambos os fatos denotam graves problemas de gestão, segurança e a falta de uma política educacional no Estado de São Paulo, que respeite e valorize os seres humanos: professores, alunos, funcionários e todos os que compõem as comunidades escolares.
Quando uma mesma escola é invadida e depredada pela quarta vez, perdendo seus equipamentos e sendo pichada com frases ameaçadoras a seus professores, sem que as autoridades sejam capazes de prevenir tais ocorrências, algo de muito grave está ocorrendo.
Obviamente, para nós, as questões relacionadas à violência nas escolas não podem ser reduzidas a “casos de polícia”, mas garantir a segurança dos professores, alunos e funcionários das escolas e o próprio patrimônio público é obrigação fundamental do poder político e isso não está ocorrendo. Quantas outras escolas, no Estado de São Paulo, sofrem ataques semelhantes? Quantos professores e funcionários não se sentem constantemente ameaçados por gangues e quadrilhas nas regiões periféricas das nossas cidades?
O governo estadual e as prefeituras precisam assegurar a presença da ronda escolar e policiamento comunitário nas proximidades das escolas, mas isto, por si, não resolve o problema da violência nas escolas. Mais que tudo, é preciso que todas as escolas acolham a comunidade de seu entorno e a forma de fazê-lo é por meio da gestão democrática, com conselhos de escola democráticos e participativos. Cabe ao conselho de escola formular e gerir o projeto político pedagógico, incorporando as demandas da comunidade em seus conteúdos curriculares e nos projetos pedagógicos que venha a desenvolver.
O que ocorre na escola do Grajaú, por outro lado, mostra que as escolas estaduais não são construídas de acordo com um projeto arquitetônico que responda adequadamente às necessidades dos que nela estudam e trabalham. A questão não se resume ao inadmissível fato de alunos e alunas compartilharem o uso dos mesmos banheiros. Mesmo nas novas unidades há problemas de iluminação, acústica, tamanho das salas, disposição da lousa, falta de espaços de convivência e para o desenvolvimento de atividades extracurriculares vinculadas ao projeto político pedagógico e outras falhas. No caso da citada escola, inclusive, já existem rachaduras em partes do prédio, construído há pouco tempo.
Não se pode falar em ensino de qualidade se não estiverem presentes as condições necessárias para que isto ocorra. Uma unidade escolar tem que ser projetada, construída e gerida sempre objetivando manter professores, alunos e funcionários focados no processo ensino-aprendizagem, de forma agradável e prazerosa. Como desenvolver um processo educativo nas condições de insegurança em que se encontram muitas de nossas unidades escolares? Como ministrar aulas e desenvolver outras atividades educacionais em escolas mal construídas ou que não dispõem dos espaços necessários ao pleno desenvolvimento do projeto político pedagógico?
São perguntas já antigas na rede estadual de ensino de São Paulo. As comunidades escolares e a sociedade esperam as respostas corretas das autoridades.
Maria Izabel Azevedo Noronha é presidenta da Apeoesp e membro do Conselho Nacional de Educação e do Fórum Estadual de Educação

Do blog VIOMUNDO