sexta-feira, 13 de junho de 2014

"Prefiro as vaias da democracia, do que os aplausos da ditadura".

O HINO NACIONAL E A PALAVRA DE ORDEM DA ELITE PAULISTANA.

Artur Scavone
ARTUR SCAVONE


ARTUR SCAVONE


O hino nacional cantado contra a vontade da Fifa na abertura da Copa, que programou a gravação para terminar logo após os primeiros versos, foi um momento tão emocionante quanto a virada do jogo. Os jogadores, o Filipão e a torcida na arquibancada cantaram a plenos pulmões as estrofes inteiras até a primeira parte do hino, que deveria terminar bem antes. Cantou a seco, sem o acompanhamento gravado. Foi uma espécie de "calma lá Fifa, essa copa é nossa, na nossa casa".
Sem dúvida essa atitude mostra um sentimento de nação que há muito tempo Lula tem invocado, contra aqueles que pregam uma postura de vira lata. É um reconhecimento de nação que a elite nacional nunca quis ver florescer, porque sempre temeu esse orgulho, essa apropriação de país. 
A ditadura e as elites festejavam a glória nacional sob a batuta das bandas militares para abafar a total falta de democracia, a submissão aos interesses norte-americanos e os "noventa milhões em ação" serviam para calar a boca dos que resistiam à violenta exploração a que os trabalhadores eram submetidos naquele tempo. Era uma ode à pátria amada dos militares. Não foi por outro motivo que as organizações de esquerda que resistiram ao regime tinham como lema "ou ficar à pátria livre, ou morrer pelo Brasil".
Poder ver o povo brasileiro ter orgulho do que é seu, manifestar-se para reivindicar seus direitos, e aprender a viver sob uma democracia ainda jovem e ameaçada pelos interesses do grande capital, é uma alegria que só os que viveram a opressão da ditadura podem festejar.

Mas algo precisava destoar, afinal. E o tom desafinado veio da ala vip da platéia: "Hei, Dilma, vai tomar no c.!" Essa foi a palavra de ordem da elite paulistana, que marcou seu descontentamento com as políticas do governo federal, bem ao estilo dos articulistas da direita truculenta. A elite paulistana está tentando aprender a viver sob a democracia, mas ainda há muito chão pela frente porque, convenhamos, esse xingamento grosseiro não é exatamente uma palavra de ordem que expresse uma posição política, mas um ódio de classe incontido, tal qual uma fratura exposta. Não é próprio da democracia. A conclusão, afinal, é que Marilena Chauí tem razão: a classe média paulistana ainda é uma abominação política e ética, no mínimo. Mas Dilma já disse, não custa relembrar: "Prefiro as vaias da democracia, do que os aplausos da ditadura".


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Vamos cantar sobre Lei de cotas, quem sabe assim você entende. LEI Nº 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012.

João do Vale: Minha História

Clique aqui e ouça a música na voz do próprio João do Vale:
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Seu moço qué sabê,
eu vou contá num baião,
minha história pra sinhô,
seu moço, preste atenção.

Eu vendia pirulito,
arroz doce e mungunzá,
Enquanto eu ia vendê doce,
meus colega iam istudá.
A minha mãe, tão pobrezinha,
não podia me educá
Quando era de noitinha,
a meninada ia brincá.
Vixe, como eu tinha inveja,
de vê o Zezim contá: — 
O professor raiô comigo,
porque eu não quis istudá.

Hoje todo são “dotô”,
eu continuo joão ninguém
Mas quem nasce pra pataca,
nunca pode sê vintém.
Vê meus amigos “dotô”,
basta pra me senti bem.

Mas todos eles quando ouve,
um baiãozinho que eu fiz,
Ficam tudo satisfeito,
bate palma e pede bis.
E diz: — João foi meu colega,
como eu me sinto feliz.

Mas o negóço num é bem eu,
é Mané, Pedro e Romão,
que também foi meus colega,
e continua no sertão,
não puderam istudá,
e nem sabe fazê baião.

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João do Vale  Nova História da Música Popular Brasileira, segunda edição, revista e ampliada, 1977, Abril Cultural, São Paulo  SP; JoãoBatista do Vale (1934  1996), maranhense de Pedreiras, foi compositor e cantor, além de ter sido garimpeiro, pedreiro e ajudante de caminhão; aos 13 anos saiu do interior do Maranhão com destino a São Luís e, de lá, aos 15, rumou para Teresina  PI, e outros destinos, até chegar no Sul-Maravilha; no Rio de Janeiro, empregou-se como operário da construção civil e, já com algumas composições no bolso e na memória, passou a frequentar rádios e mostrar seus trabalhos; teve músicas gravadas e cantadas por expoentes da MPB  Música Popular Brasileira; ele próprio tornou-se também um dos expoentes da MPB; obra musical: Na Asa do Vento, O Canto da Ema, Carcará, Morena do Grotão, Pipira, Pisa na Fulô, Minha História, Peba na Pimenta, Coroné Antonio Bento, Estrela Miúda, entre outras composições.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm

domingo, 8 de junho de 2014

De onde vem o complexo de vira-latas.

É isso galera , temos sim diferenças enormes com essa tal Fifa e não concordamos com politica dessa cambada, mas enfim, vamos receber todas as delegações e seus torcedores, fazendo um grande espetáculo , provando ao mundo que somos um pais sério  e hospitaleiro.

O termo Complexo de Vira-Latas denomina um sentimento característico de determinadas classes da sociedade brasileira. Esse sentimento, marcado por derrotismo, pessimismo e má informação, está muito ligado à negação do que somos como brasileiros. O documentário O Complexo de Vira-Latas explica esse sentimento, discute o tema e faz um breve panorama social e político da realidade brasileira.