sábado, 24 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Víctor Jara – 28.09.1932 – 15.09.1973
Grande cantor popular chileno, ele foi cruelmente assassinado nos primeiros dias da ditadura instaurada pelos militares liderados por Augusto Pinochet em 1973. O crime aconteceu no Estádio Nacional que servia de prisão para milhares de militantes. O relato chocante abaixo, que mostra a barbaridade do assassinato, foi retirado de No Olho do Furacão, do jornalista brasileiro Paulo Cannabrava, a partir de relatos de quem esteve lá.
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“Em um dado momento, Victor desceu para a platéia e se aproximou de uma das portas por onde entravam os detidos. Ali topou – cara a cara – com o comandante do campo de prisioneiros que o olhou fixamente e fez o gesto mimico de quem toca violão. Victor assentiu com a cabeça, sorrindo com tristeza e ingenuidade. O militar sorriu, contente com sua descoberta.
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Levaram Victor até à mesa e ordenaram que pusesse suas mãos em cima dela. Rapidamente surgiu um facão. Com um só golpe cortaram seus dedos da mão esquerda e, com outro, os da mão direita. Os dedos cairam no chão de madeira, ainda se mexendo, enquanto o corpo de Victor se movia pesadamente.
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Depois choveram sobre ele golpes, pontapés e os gritos: ‘canta agora… canta…’, a fúria desencadeada e os insultos soezes do verdugo ante um ‘alarido coletivo’ dos detidos.
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De improviso, Victor se levantou trabalhosamente e, com o olhar perdido, dirigiu-se às galerias do estádio… fez-se um silêncio profundo. E então gritou:
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- Vamos lá, companheiros, vamos fazer a vontade do senhor comandante.
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Firmou-se por alguns instantes e depois, levantando suas mãos ensanguentadas, começou a cantar em voz ansiosa o hino da Unidade Popular (Coligação de partidos de esquerda que apoiavam o governo de Allende), a que todos fizeram coro.
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Aquele espetáculo era demasiado para os militares. Soou uma rajada e o corpo de Victor começou a se dobrar para a frente, como se fizesse uma longa e lenta reverência a seus companheiros. Depois caiu de lado e ficou ali estendido.”
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quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Crise de Credibilidade da Revista VEJA.
Um experiente professor de comunicação explicou que a editora Abril passa por um momento de declínio em credibilidade e luta para escapar de uma crise.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
MSM NO MASP PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA.
TIVEMOS UM BELO SÁBADO DE SOL no ato promovido pelo Movimento dos Sem Mídia contra a corrupção dos corruptores detentores dos meios de comunicação no Brasil, comumente chamados por nós de PIG - Partido da Imprensa Golpista, pois fazem jornalismo parcial e não atuam com ética para com os leitores e povo brasileiro.
Participaram do ato cerca de "CEM GIGANTES" como diz nosso companheiro Eduardo Guimarães. A qualidade dos participantes foi fantástica, a começar pela linda Victória e família, representando o Edu.
Leia mais e acompanhe o blog do Willian Categoria bancária
domingo, 18 de setembro de 2011
Para reflexão "VIDA APÓS A VIDA NESTA VIDA"
Sempre pensei que ia morrer cedo. A luta armada, a
clandestinidade na luta contra a ditadura, aventuras, promiscuidade, orgias,
riscos...tudo me levava a crer que não chegaria aos trinta anos. Para quem tem
vinte anos, quem tem trinta já é coroa. Tomei um susto quando vi-me vivo e
saudável aos trinta. Aos quarenta percebi a possibilidade real da morte. No dia
do meu aniversário quarentão, um jovem ator de 24 anos perguntou como eu me
sentia: “Agora? de frente para a morte”. Para minha surpresa foi o jovem
quem morreu logo depois.
Aos cinqüenta apaixonei-me pela letra de Aldir Blanc na
voz de Paulinho da Viola: “...aos cinqüenta anos, insisto na
juventude...”, isto enquanto percebia meu ângulo peniano caminhando para os
90º. Mas, antes dos sessenta a pílula azul alargou minhas possibilidades e
possibilitou-me ver o sexo por ângulos mais
estreitos.
Agora estou além dos sessenta. Aos quarenta rezava pela
alma dos mortos amigos e parentes. Nome por nome eu pedia ao Senhor. Hoje, são
tantos os que caíram, que apenas peço “...pelos mortos em gera.l”. E mais
uma vez espanto-me por estar ainda vivo, e consolo-me no Salmo 91.7 que diz:
“...1.000 cairão ao teu lado e 10.000 à sua direita, mas você não será
atingido”. Mesmo confiando na Palavra, ainda assim caminho embaixo de
marquise pra São Pedro não me ver.
Ainda estou vivo, e pra quem pensou que morreria aos
trinta descubro que existe vida após a vida. Mas o preço do viver é muito alto
para o jovem de hoje: tem que comprar apartamento, arranjar um trampo, ganhar
dinheiro, ficar famoso, comer todas, bombar no iutube, malhar, casar, ter
filhos, comprar carro, estar bronzeado, conhecer tudo de web, e ainda ir ao show
da Madonna, entre outras miudezas.
Após os sessenta você já está quite com tudo isto e
pensa que vai viver em paz.
Qual o quê: tem que tomar insulina, antidepressivos, rivotris,
controlar a pressão, não comer açúcar, não comer sal, não fumar, não beber, se
conseguir comer uma e outra já é uma vitória, tem que caminhar ao menos meia
hora por dia mesmo sem querer, cuidar do joanete, dormir cedo, vender o
apartamento, fugir da bolsa, não discutir no trânsito, não se alterar no caixa
do supermercado, tolerar os filhos, agradar os netos, ficar calado diante da
mediocridade, aceitar o salário de aposentado, ter o testamento em dia, e curtir
todas as dores ósseas, nervosas e musculares porque se algum dia você acordar
sem dor é porque está morto.
Claro que o idoso tem suas vantagens: uma delas é a
transparência. Quanto mais velho mais transparente você se torna. Chega a ficar
invisível: ninguém mais lhe percebe, mais um pouco e nem lhe enxergam. Mas, pode
passar à frente dos jovens nas filas todas, com aquele ar de superior: “Você
é jovem e sarado, mas eu tenho prioridade”. E ante qualquer aborrecimento ou
dificuldade você ameaça enfartar ou ter um AVC. Funciona sempre, todos logo se
tornam gentis e cordatos, e é garantia de muitas meias e lenços como presentes
no Natal.
Lidando com a minha “terceira idade” ouço de meu
psicanalista, o bom Luiz Alfredo : “Só há dois caminhos: envelhecer...ou o
outro, muito pior”. Prefiro envelhecer, aceitando cada minúsculo
“sim” que a vida me dá com uma grande alegria e uma grande vitória. Hoje
quando encontro vaga num elevador do shopping, quando o banco está vazio, ou
quando encontro promoção na farmácia, já considero uma bênção gigantesca e
agradeço a Deus pela Graça Alcançada.
Após os sessenta, como no filme de Brad Pitt, regrido na
existência, deixo Paulinho e a viola de lado e reencontro Lupiscinio “Esses
moços, pobres moços...ah se soubessem o que eu sei...” . Mas se soubessem
não ia adiantar nada: porque a sabedoria é filha do tempo. Como diz o amigo
Percinotto, também idoso: “o diabo é sábio porque é
velho”.
Pelo andar da carruagem, percebo que já morri muitas
vezes nesta vida, e que viverei até fartar-me.
Texto de Bemvindo sequeira
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