sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Golpe Cunhaguaio....
A
tentativa de golpe iniciada por Cunha é de tal forma cínica, hipócrita, suja e
inconsistente que precisa de um neologismo: cunhaguaio. Uma mistura, em doses
iguais e cavalares, de canalhice e corrupção com inconsistência jurídica e
atitude antidemocrática.
Cunha
acusar Dilma é, como já se disse alhures, um sujeito acusado de tudo acusar uma
presidente acusada de nada. É como se o Estado Islâmico acusasse o Dalai Lama
de terrorismo. É como se Hitler acusasse Roosevelt de genocídio. É como se
Judas acusasse Jesus Cristo de traição. É uma total e surreal inversão de
valores.
Max
Horkheimer, um dos melhores pensadores da mal chamada Escola de Frankfurt,
dizia que o nazismo é a “verdade” do capitalismo, no sentido de que aquele
movimento político desnudava as entranhas do sistema capitalista. Nesse mesmo
sentido, Cunha é a “verdade” da nossa oposição ou de parte expressiva dela:
golpista, irresponsável, antidemocrática, hipócrita e corrupta. Simbiose
caricata de Carlos Lacerda com Adhemar de Barros. Entranhas malcheirosas.
A
manobra chantagista de Cunha desnudou as intenções dos golpistas. Caíram as
máscaras. Ninguém ali está pensando em combater a corrupção. Ninguém ali está
preocupado com o Brasil. Muito menos com seu povo. Todos, como Cunha, estão ali
por uma única razão: proteger seus interesses rasos e mesquinhos.
Querem
simplesmente voltar ao poder a qualquer custo. Ao custo do voto popular. A
expensas da democracia. Ao custo da decência. Ao custo até das aparências.
Sonham
com ganhos que obterão quando privatizarem o pré-sal e a Petrobras. Salivam
imaginando os lucros com futuras vendas de bancos públicos. Deleitam-se
especulando sobre as taxas de lucro majoradas com quedas de salário e aumento
do desemprego que promoveriam com seus ajustes draconianos e definitivos.
Fantasiam
seu mundo ideal: um Brasil submisso, desigual, reacionário, autoritário, impune
e pequeno. Pequeno como eles. Rasteiro como eles.
Um
Brasil que dê mais lucro para uns poucos e permita mais negociatas para os
privilegiados.
Um
Brasil de impunidade, de engavetadores, com era antes de Dilma.
Um
Brasil que feche escolas. Um Brasil que bata em estudantes. Um Brasil que
coloque trabalhadores e negros em seu devido lugar. Com balas e porretes.
Um
Brasil homofóbico e racista. Um país que sacrifique até gastos constitucionais
com Educação e Saúde, em nome da austeridade suicida que elevará as taxas de
lucro.
Um
Brasil sem Bolsa Família e sem salário mínimo. Um país sem proteção
trabalhista. Um Brasil sem regras e políticas que protejam os mais fracos. Um
Brasil sem controle sobre os que despejam sua sujeira em nossas instituições e
em nossos rios. Um país de Marianas anunciadas. Um Brasil de Doces amargos e
contaminados.
Um
Brasil sem pudor de ser desigual, excludente, preconceituoso e autoritário.
Como era, antes de Lula e Dilma.
Um
Brasil sem-vergonha. Um Brasil de sem-vergonhas para sem-vergonhas.
Um Brasil
de Cunhas.
Marcelo Zero
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