O Metrô tinha oferecido reajuste de 4,65%, enquanto o sindicato pedia 20,12%. A audiência de conciliação e instrução aconteceu no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo).
1 – Reajuste salarial de 6,17%, cujo índice será utilizado para correção dos demais benefícios e adicionais atrelados à correção salarial, exceto os abaixo relacionados;
2 – Vale-alimentação no valor de R$ 218,00;
3 – Vale-Refeição no valor de R$ 23,00, sendo 24 quotas mensais;
4 – Adicional de risco de vida de 15%, para os agentes de segurança – I,II e III, e agentes de estação – OTM I, que trabalha em bilheteria;
5 – No tocante à questão da PR, o Metrô se compromete a garantir a formação de uma comissão paritária para avançar na busca da linearidade da distribuição da PR, exclusivamente em relação aos trabalhadores metroviários, com a participação do Sindicato dos Engenheiros, no prazo de até 60 dias;
6 – Em relação ao pedido de equiparação salarial, o Metrô esclarece que não discute plano de carreira no âmbito de acordo coletivo de trabalho e que já realizou equiparações, porém aceita a entrega pelo Sindicato de uma lista com as pendências existentes nas movimentações para exame;
7 – Jornada de trabalho – “cedão” e “tardão” - As partes se comprometem a revisar referida cláusula no lapso temporal de 120 dias, mediante a criação de comissão composta por representantes dos empregados e do empregador, sendo que a comissão deverá ser criada no prazo de 10 dias a partir desta data;
8 – No tocante ao adicional de periculosidade, o Metrô aguardará manifestação da PGE acerca dessa matéria;
9 – Em relação ao plano de saúde, o Metrô afirma que qualquer aporte de aumento depende de autorização do CODEC, mas a questão será igualmente levada a estudo;
10 – Quanto à demissão dos 61 funcionários por ocasião da greve realizada em 2007, o Metrô afirma que referida matéria encontra-se “sub judice” e reitera que agiu adequadamente nos termos da lei;
11 – Quanto às horas paradas, não haverá desconto em razão do acordo ora celebrado;
12 – Estabilidade:
a- gestante: 365 dias após o parto;
b- aborto: 180 dias após a interrupção da gravidez;
c- mãe adotante: 120 dias após a licença;
d- paternidade: 90 dias após nascimento ou adoção;
e- auxilio-doença: 180 dias para os afastamentos por auxilio-doença.
13 - Auxílio-transporte: de até 24 dias por mês;
14 – Manutenção das condições pactuadas em 05 reuniões transcritas em atas, devidamente assinadas pelas partes, cujas cópias serão juntadas ao processo neste ato;
15 – Manutenção das cláusulas preexistentes do acordo coletivo 2011/2012;
16 – As cláusulas pactuadas serão redigidas através de acordo coletivo pelas partes e juntadas em 30 dias.
17 - Todas as propostas acima são mantidas pelo Metrô em havendo o retorno imediato ao trabalho, após assembleia, com o término da greve.
18 - O Sindicato apresentará imediatamente após o término da presente audiência as propostas acima em assembleia, para deliberação da categoria, com imediato retorno ao trabalho, que está aguardando apenas a finalização desta audiência.
19 - O Sindicato requer seja relevada a multa em razão do acordo.
20 - Ficam suspensos os prazos processuais até noticia do resultado da assembleia.
21 - Em havendo o retorno do trabalho, os prazos ficarão suspensos até o final dos 30 dias concedidos.
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De volta ao inferno, MUDA São Paulo |
SÃO PAULO, 23 Mai (Reuters) - Uma assembleia do Sindicato dos Metroviários decidiu na tarde desta quarta-feira pelo fim da greve no Metrô de São Paulo, que provocou um congestionamento recorde na maior cidade do país nesta manhã.
A categoria aceitou proposta do Metrô de reajuste total de 6,17 por cento dos salários, além de elevar o vale alimentação e o vale refeição. Segundo o sindicato, que representa 8.800 trabalhadores, o Metrô se comprometeu a não descontar o dia parado dos grevistas.
A categoria pedia 5,37 por cento de reajuste, mais aumento real de 14,99 por cento. Apesar de ter concordado com um aumento menor do que o inicialmente buscado, o sindicato argumenta que o acordo foi benéfico pois inclui aumento de mais de 45 por cento no vale alimentação e superior a 20 por cento no vale refeição.
O retorno ao trabalho será imediato, o que pode amenizar o sofrimento dos paulistanos na volta do trabalho para
casa, após os transtornos provocados pela paralisação na manhã desta quarta-feira.
Outra greve que ajudou a complicar o trânsito da cidade, a dos trabalhadores das linhas Safira e Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) -que ligam a zona leste ao centro da cidade-, ainda depende da aprovação de uma proposta que está sendo negociada entre a empresa e a categoria no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Pela manhã, a falta de transporte e o excesso de veículos, agravado pela liberação do rodízio municipal, gerou transtornos na cidade.
"Estamos chegando a um colapso, isto é prova. Eu levei 40 minutos para atravessar o Morumbi até a avenida das Nações Unidas na ponte João Dias (cerca de 4,7 km). É um absurdo. Normalmente é cinco minutos para atravessar", afirmou a taxista Antonia Regina, de 41 anos, que deixava um passageiro em um prédio comercial, na avenida das Nações Unidas, Santo Amaro, zona sul de São Paulo.
Por volta das 10h, a cidade registrou congestionamento recorde no período da manhã, com 249 quilômetros de lentidão, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 11h, havia 191 quilômetros de lentidão nas vias monitoradas pela CET, que se iguala ao recorde anterior, registrado na manhã do dia 4 de novembro de 2004.
CARROS E TRENS PARALISADOS
A cidade, que conta com a maior frota de veículos do país, contabiliza 960 veículos licenciados por dia. Um volume que tende a aumentar com as últimas medidas do governo de incentivo ao consumo, em especial o pacote anunciado nesta semana com redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos e juros menores em linhas do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltadas a bens de capital.
"Demorei 3 horas para chegar aqui (zona sul da cidade), normalmente demora 20 minutos", disse o consultor André Mautoni Ferreira, que vinha de carro do Butantã, na zona oeste.
"Eu ouvi da greve ontem (terça-feira) à noite, mas não achei que ia estar um trânsito desse, está impossível", disse, acrescentando que saiu de casa às 8h e chegou por volta de 11h30 ao trabalho.
A greve dos metroviários, anunciada na noite de terça-feira após assembleia da categoria, começou às 0h desta quarta-feira e paralisou parcialmente as linhas 1-azul, que liga as regiões sul e norte; 2-verde, que serve a região da Avenida Paulista; e 3-vermelha, que liga as zonas leste e oeste.
A linha 4-amarela -operada por uma concessionária privada- e 5-lilás, a de menor extensão da rede metroviária, funcionaram normalmente.
A rede de ônibus de São Paulo não comportou a enorme demanda dos passageiros do Metrô, provocando filas de horas de espera e pontos lotados por toda a cidade.
Passageiros revoltados com o fechamento dos portões na estação Corinthians-Itaquera, da linha 3-vermelha localizada na zona leste da cidade, bloquearam a Radial Leste, principal ligação da região com o centro da capital, furaram pneus de ônibus e impediram a passagem de carros, gerando tumulto.
A polícia dispersou os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo.