terça-feira, 3 de março de 2015

Cai a mascara da IMPEACHMENT S.A.


IMPEACHMENT S.A.

O Negócio da Revolução - YouTube
A grande lição que fica deste documentário -- O Negócio da Revolução -- é a prova cabal de que nem tudo é "espontâneo", por exemplo, na Primavera Árabe. Fica...


Quem for às ruas no dia 15 vai estar vomitando seu ódio com o patrocínio de empresas e políticos que querem tirar o foco da lista de políticos da Lava Jato


Que ninguém se engane ou se faça de desavisado. As organizações Impeachment S.A. — uma sociedade mais ou menos anônima — está aí não só para promover eventos, mas, sobretudo, para se capitalizar.
Quem quiser ir às ruas no dia 15, com nariz de palhaço e cartazes pró-impeachment, vai estar batendo o bumbo e vomitando seu ódio com o patrocínio de empresas e políticos que querem bombar o desgaste de um governo por razões nada republicanas.
Algumas das organizações mais ativas na mobilização das manifestações do dia 15 de março são um negócio patrocinado pela oposição partidária e empresarial, com os préstimos sempre valiosos do cartel midiático, que dá uma boa força para a sua divulgação.
Tal e qual nos bons tempos do golpismo dos anos 1950 e 1960, trabalhar pela derrubada de um governo é, em parte, ideologia, mas tem seu lado ‘business’. Dá dinheiro.
Os grupos que organizam os protestos e clamam pelo impeachment começam como rede social, mas crescem com apoio partidário e empresarial.
Nenhum desses grupos deixa de pedir, publicamente, recursos para financiar seu ‘trabalho’ — seria melhor dizerem ‘seu negócio’. Até aí, nada de mais.
Porém, o grosso das contribuições que algumas dessas pessoas recebem não são públicas e nem de pessoas que dão 5, 10, 100 reais. Hoje, a maior parte da grana que rola em prol do impeachment de Dilma tem outra origem.
Empresários em pelo menos três estados (São Paulo, Pernambuco e Paraná) relatam ter recebido telefonemas pedindo dinheiro para a organização dos atos do dia 15. A fonte da informação são advogados consultados para saber da legalidade da doação e possíveis implicações jurídicas para as empresas.
Em um dos casos, o pedido não foi feito diretamente por alguém ligado aos perfis de redes sociais que convocam o ato, mas por um deputado de oposição, com o seguinte argumento: “precisamos ajudar esse pessoal que está se mobilizando para tirar esses vagabundos do poder”.
O curioso é que o deputado oposicionista faz parte do seleto grupo de parlamentares que teve o privilégio de contar, entre seus financiadores de campanha, com empresas citadas na Lava Jato. Portanto, pelo critério da Impeachment S.A., o deputado amigo é, de fato, um honorável vagabundo.
É bom lembrar que quase a metade dos nomes da famigerada lista do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, estava ligada às campanhas de Aécio ou Marina Silva
As empreiteiras pegas na Operação Lava Jato doaram quase meio bilhão de reais aos políticos e aos partidos com as maiores bancadas no Congresso, o que inclui os de oposição, como PSDB e DEM. Será que alguém vai se lembrar disso no dia 15?

Como o negócio funciona e prospera

A Impeachment S.A. virou franquia. Uma pessoa ou um pequeno grupo monta um perfil, sai à cata de adesões e seguidores e cria memes para serem espalhadas na rede. Com alguma sorte, essa ‘produção’ se torna viral — pronto, a fórmula de sucesso deu resultado.
Os grupos que organizam o protesto do dia 15 são muitos. Cada estado tem um ativista ou grupo de maior proeminência. Eles hoje disputam o mercado do protesto de forma cada vez mais empresarial. Com naturalidade, eles são absolutamente francos em dizer que o capitalismo é seu sonho de consumo. Qualquer maneira de ganhar dinheiro vale a pena.
Dependendo da força de adesão de cada perfil, o criador usa sua lista de seguidores, com ou sem nariz de palhaço, como portfólio para negociar patrocínio privado.
Quanto mais o impeachment se tornar um oba-oba, do tipo “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, tanto melhor para o negócio de derrubar a presidenta.
A busca de um mercado do protesto veio a partir do momento em que esses mascates do impeachment bateram às portas dos partidos, como o PSDB, o DEM e o PPS.
Pelo menos no caso de Pernambuco, houve tentativas também junto ao PSB, cujo ex-candidato à presidência, Eduardo Campos, também consta citado na delação de Paulo Roberto Costa. O PSB hoje abriga, entre outros, ‘socialistas’ da estirpe do antigo PFL, como os renomados Heráclito Fortes (PI) e Paulo Bornhausen (SC).
Alguns dos ativistas da Impeachment S.A., de espírito empreendedor mais aguçado, pegaram a lista de financiadores de campanhas de políticos da oposição com os quais mantêm contato e foram pedir ajuda para conseguir abrir portas em empresas dispostas a financiar a campanha do impeachment.
Os políticos tucanos, ao que parece, têm sido os mais empenhados em redirecionar os pedidos de patrocínio privado para o universo das empresas.
Publicamente, só para variar, os tucanos definiram, com o perdão ao vocábulo ‘definir’, que apoiam o ato pró-impeachment, mas são contra o impeachment. Hein? Precisamos de pelo menos uns dois minutos para entender o raciocínio e pegar algum tucano pelo colarinho branco, escondido atrás de mais esse muro.
Os tucanos querem o protesto, torcem pelo protesto, ajudam a patrocinar o protesto, mas fingem que não têm nada a ver com isso. Faz sentido — e ainda tem gente que acredita que eles realmente não trabalham pelo impeachment.

Por que 15 de março?

A própria data do protesto foi calculada politicamente, pela Impeachment S.A., com um propósito evidente.
O alvo do protesto é a presidenta Dilma Rousseff, convenhamos, justamente no mês em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgará a lista dos políticos envolvidos no escândalo. Mais exatamente, na semana seguinte àquela em que a lista de políticos será tornada pública.
Os revoltontos do dia 15 pedirão o impeachment de Dilma, que sequer aparece citada na Lava Jato. Será que vão pedir também o impeachment do senador Aécio Neves, cuja campanha recebeu doações das mesmas honoráveis empreiteiras, diretamente para o comitê de campanha desse candidato?
Vão pedir pelo menos o impeachment de Agripino Maia (DEM-RN), acusado de receber R$ 1 milhão em propina? Delator por delator, Agripino tem o seu e merece algum cartaz de algum revoltonto mais bem informado.
Irão pedir a apuração rigorosa e a prisão dos envolvidos com o trensalão tucano? Ou a falta d’água em São Paulo racionou também a memória e o senso de moral e ética dos que se dizem fartos — principalmente depois de seu repasto?
Irão eles pedir o impeachment dos parlamentares do PMDB? Eles fazem parte do segundo maior partido da Câmara, o primeiro no Senado, e seriam decisivos para a chance de impeachment. Só que, por coincidência, estão entre os preferidos das empreiteiras na hora de financiar campanhas.
Os revoltontos do dia 15 ainda não pararam para pensar que querem um impeachment de Dilma a ser feito por um Congresso cujo financiamento de campanha desenfreado deixa a maioria de seus parlamentares abaixo de qualquer suspeita — se for para generalizar o ‘argumento’ de quem vê Dilma como uma inimiga a ser banida.
Serão esses, de fato, os que podem abrir a boca para falar em afastar a presidenta eleita ? Estranho. Não deveriam ser eles os primeiros alvos de cassação?
Quem promove a campanha pelo impeachment está dando sua contribuição voluntária ou patrocinada para tirar o foco dos corruptos que de fato têm nome no cartório da Lava Jato — o que não é o caso da presidenta.
Seria melhor, antes de falarem em impeachment de uma presidenta eleita pelo voto de 54,5 milhões, que os revoltontos do dia 15 esperassem a lista de Janot e a usassem para escrever seus cartazes.
Por que não o fazem? Talvez por que isso não seja lá um bom negócio.
Antonio Lassance é doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília e colunista de Carta Maior desde 2008.

Matéria divulgada no site Brasil 247

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Os sete governos derrubados pelos EUA.

J. Dana Stuster, do site Foreign Policy
J. Dana Stuster, do site Foreign Policy
A era de golpes apoiados pela CIA despontou de maneira dramática: um general norte-americano viaja até o Irã e encontra “velhos amigos”; dias depois, o Xá ordena que o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh deixe seu cargo. Quando os militares iranianos hesitam, milhões de dólares são injetados em Teerã para corromper os apoiadores de Mossadegh e financiar protestos de rua. Os militares, reconhecendo que a balança do poder começou a pesar mais do outro lado, derrubam o primeiro-ministro, que vive o resto de sua vida sob prisão domiciliar. Este foi, como um documento da CIA atesta, “uma operação norte-americana do começo ao fim”, e um dos muitos golpes apoiados pelos EUA que aconteceram pelo mundo durante a segunda metade do século XX.

Alguns líderes, tanto ditadores quanto eleitos democraticamente, foram pegos em meio ao conflito entre EUA e URSS da Guerra Fria - uma posição que custaria seus postos (e, para alguns, suas vidas) conforme a CIA tentava instalar “seus homens” no comando dos estados. O governo dos EUA reconheceu publicamente algumas dessas ações secretas; na verdade, o papel da CIA no golpe de 1953 tornou-se público esta semana. Em outros casos, o envolvimento da CIA ainda está somente sob suspeita.

O legado do envolvimento secreto dos EUA em sete golpes militares bem sucedidos (para não mencionarmos o número de intervenções militares norte-americanas contra regimes hostis, insurgências apoiadas pelos EUA, e tentativas fracassadas de assassinatos, incluindo o caso do plano para matar Fidel Castro com um charuto explosivo), transformaram a mão secreta dos EUA em um bicho-papão nas tensões políticas de hoje. Mesmo hoje, não obstante a minguante influência dos EUA no Cairo, teorias da conspiração sugerem que tanto a Irmandade Muçulmana quanto o governo militar possuem uma sociedade com os Estados Unidos.

Abaixo, uma breve história dos casos confirmados de golpes apoiados pela CIA espalhados pelo mundo.

Irã, 1953 - Muito se especula sobre o papel da CIA no golpe que instalou, em 1949, um governo militar na Síria. Apesar disso, a derrubada do primeiro-ministro iraniano Mohammed Mossadegh é o primeiro golpe durante a Guerra Fria que o governo dos EUA reconheceu. Em 1953, depois de quase dois anos de governo Mossadegh - durante o qual ele desafiou a autoridade do Xá e nacionalizou a indústria do petróleo iraniana antes operada por companhias britânicas - Mossagedh foi tirado de seu gabinete e preso, passando o resto da vida sob prisão domiciliar. De acordo com documentos da CIA, “foi a possibilidade de deixar o Irã aberto para uma agressão dos soviéticos - quando a Guerra Fria estava em seu auge e os EUA estavam envolvidos em uma guerra não declarada na Coreia contra forças da União Soviética e da China – que nos fez planejar e executar o TPAJAX [nome da operação do golpe]”.

Guatemala, 1954 - Apesar dos EUA no início apoiarem o presidente guatemalteco Jacobo Árbenz - o Departamento de Estado sentia que sua ascensão apoiada num exército armado e treinado pelos EUA seria um trunfo - o relacionamento amargou assim que Árbenz tentou realizar uma série de reformas-agrárias que ameaçavam as posses da empresa norte-americana United Fruit Company. Um golpe em 1954 tirou Árbenz do poder, colocando uma sucessão de juntas militares em seu lugar. Detalhes secretos do envolvimento da CIA na derrubada do líder guatemalteco, que incluíam a equipagem de rebeldes e tropas paramilitares enquanto a marinha dos EUA bloqueavam a costa guatemalteca, vieram à luz em 1999.

Congo, 1960 - Patrice Lumumba, o primeiro primeiro-ministro do Congo (mais tarde, República Democrática do Congo), foi tirado de seu gabinete pelo presidente congolês Joseph Kasavubu em meio a uma intervenção militar do exército belga (apoiado pelos EUA) no país. Era um esforço violentíssimo para manter os negócios belgas depois da descolonização do país. Mas Lumumba manteve uma oposição armada contra os militares belgas e, após se aproximar da União Soviética para conseguir suprimentos, foi alvo da CIA assim que a agência determinou que ele era uma ameaça ao novo governo instalado de Joseph Mobutu. O Church Committee, uma comissão do Senado formada em 1975 para fiscalizar as ações clandestinas da inteligência norte-americana, descobriu que a CIA ''ainda mantinha um contato bastante próximo com os congoleses que expressaram o desejo de matar Lumumba,'' e que ''oficiais da CIA encorajaram e ofereceram ajuda aos congoleses em seus esforços contra Lumumba.'' Depois de uma tentativa interrompida de assassinato de Lumumba, envolvendo um lenço envenenado, a CIA alertou as tropas congolesas da localização do primeiro-ministro deposto, além de indicar as estradas que deveriam ser bloqueadas e as possíveis rotas de fuga. Lumumba foi capturado no final de 1960 e morto em janeiro do ano seguinte. 

República Dominicana, 1961 - A ditadura brutal de Rafael Trujillo - que incluiu a limpeza étnica de milhares de haitianos na República Dominicana e a tentativa de assassinato do presidente da Venezuela - terminou quando ele foi emboscado e morto por dissidentes políticos. Apesar do atirador que matou Trujillo sustentar http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-13560512 que ''ninguém me mandou matar Trujillo'', ele teve apoio da CIA. O Church Committee descobriu que ''apoio material, sendo três pistolas e três carabinas, foi distribuído para vários dissidentes… os oficiais norte-americanos sabiam que os dissidentes pretendiam derrubar Trujillo, provavelmente através de seu assassinato...''

Vietnã do Sul, 1963 - Os EUA já estavam muito envolvidos no Vietnã do Sul em 1963, e seu relacionamento com o líder do país, Ngo Dinh Diem, crescia cada vez mais, com tensões que envolviam a repressão de Diem sobre dissidentes budistas. De acordo com os Pentagon Papershttp://media.nara.gov/research/pentagon-papers/Pentagon-Papers-Part-IV-B-5.pdf, em 23 de agosto de 1963, os generais do Vietnã do Sul que planejavam um golpe contataram oficiais norte-americanos falando sobre seus planos. Depois de algumas dificuldades e um período de indecisão dos EUA, os generais capturaram e mataram Diem com apoio norte-americano em 1º de novembro de 1963. Avalia-se que parte do apoio consistiu em 40.000 dólares de recursos da CIA.

''Para o golpe militar contra Ngo Dihn Diem, os EUA devem aceitar sua parcela de responsabilidade,'' atestam os Pentagon Papers. ''No início de agosto de 1963 nós autorizamos, sancionamos e encorajamos os esforços para o golpe dos generais vietnamitas e oferecemos apoio total para um governo sucessor… nós mantivemos contatos clandestinos com eles durante o planejamento e execução do golpe e solicitamos a revisão de seus planos operacionais, além de sugerir um novo governo.''

Brasil, 1964 - Temendo que o governo do presidente João Goulart transformaria, nas palavras do embaixador norte-americano Lincoln Gordon, ''o Brasil na China de 1960'', os EUA apoiaram o golpe liderado por Humberto Castello Branco, à época chefe do Estado-Maior. Nos dias anteriores ao golpe, a CIA encorajou manifestações contra o governo, assim como proveram combustível e ''armas de origem não-norte-americanas'' àqueles que apoiavam os militares. ''Eu acho que devemos tomar todas as medidas necessárias, e estarmos preparados para qualquer coisa que precisemos fazer,'' disse o presidente Lyndon Johnson a seus conselheiros que planejavam o golpe, de acordo com documentos obtidos pelo National Security Archive. Os militares brasileiros se mantiveram no poder até 1985. 

Chile, 1973 - Os Estados Unidos nunca desejaram que Salvador Allende, o candidato socialista eleito presidente em 1970, assumisse seu posto. O presidente Richard Nixon mandou que a CIA fizesse que a economia do Chile ''gritasse'', e a agência trabalhou com três grupos chilenos, cada um planejando um golpe contra Allende em 1970. A agência foi tão longe a ponto de fornecer armamento, mas os planos foram por terra depois que a CIA perdeu a confiança em seus contatos. As tentativas norte-americanas de destruir a economia chilena continuaram até que o general Augusto Pinochet liderou um golpe militar contra Allende em 1973. O relatório oficial da CIA sobre a tomada do poder em setembro de 1973 aponta que a agência ''estava consciente dos planos de golpe dos militares, possuía relacionamentos para coleta de dados de inteligência com os conspiradores, e - pelo fato da CIA não desencorajar a tomada e até procurar instigar um golpe em 1970 - parecia tolerá-lo.'' A CIA também conduziu a campanha de propaganda de apoio ao novo regime de Pinochet depois que ele tomou posse em 1973, apesar do conhecimento de severos abusos contra os direitos humanos, incluindo o assassinato de dissidentes políticos.

Tradução de Roberto Brilhante

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Um pouco de história... "Caminhoneiros, Dilma, Allende e o novo golpe dos EUA"


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Movimento sem nenhuma organização, me engana que eu gosto.
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Enquanto a greve dos caminhoneiros, ora a paralisar o país e sem liderança definida, não mostrar o rosto de quem a representa, corremos o risco de uma bobajada, que já virou viral, tornar-se verdade à força da repetição –como ensinou o nazismo.
Um militante que sempre manda e-mails a este blog repassou o que já corre por aí: uma infâmia estabelecendo que os caminhoneiros são instrumentalizados pelos EUA para derrubar Dilma.
A bobajada vem com uma luz de fundo histórica. No dia 27 de outubro de 1972 caminhoneiros chilenos pararam seus veículos. Não eram assalariados, mas sim proprietários de caminhões. Naquele mês de outubro, Salvador Allende havia nacionalizado uma pequena firma transportadora do extremo sul do país, em Aysen. A decisão da greve foi anunciada por Leon Vilarin, o líder da organização dos caminhoneiros.
O Chile daqueles tempos trazia uma agenda social progressista.
No início de 1972 o estado controlava as riquezas naturais e as indústrias básicas do país. O estado chileno controlava 30% do crédito, 85% das exportações e 45% das importações. O programa de saúde havia reduzido a mortalidade infantil, através de várias campanhas sanitárias e de nutrição, como a distribuição de ½ litro de leite diário a cada criança até 14 anos. Em 1971 o PIB havia crescido 8% contra uma média de 2.7% entre 1969 e 1970.
Os caminhoneiros, é sabido, não gostavam disso.
Meu interlocutor militante mandou a este blog algo que corre pela rede:
“O golpe em Dilma, pelas forças da direita que destroem a Petrobras, já começou. A greve dos caminhoneiros foi orquestrada pelos EUA, da mesma forma que orquestraram a greve dos caminhoneiros que derrubou Allende.  Sabemos que León Villarín, líder dos caminhoneiros em greve, era um agente da CIA filiado ao Iadesil – Instituto Americano para o Desenvolvimento do Sindicalismo Livre, com sede nos EUA. E ficou provado que a Cia financiou os caminhoneiros em greve. Mais de 100 sindicalistas foram enviados pela AIFL à Virginia para fazerem cursos e receber treinamento e regressando ao Chile se engajavam como profissionais nas organizações dos trabalhadores.
O Iadesil se dedica a formar dirigentes sindicais em toda a América Latina para se oporem “a ameaça de infiltração castrista”. Na época o Iadesil recebia recursos do Fundo Kaplan, intermediário financeiro da Cia, da Usaid e das grandes empresas transnacionais, entre elas a ITT, Grace, Rockefeller, Shell, Standard Oil, United Fruit y Kenneccott…
 Toda essa estrutura se montou agora também contra Dilma, diversificada, mas também partindo do ponto da greve dos caminhoneiros”.
O meu missivista prossegue:
 “Toda a ação da reação contra Allende se desenvolveu, curiosamente, coincidente com os planos de subversão da ITT-CIA, denunciados pelo jornalista Jack Anderson, do Washington Post. O plano consistia em:
a)    Provocar a deterioração da situação econômica.
b)    Ação psicológica através dos meios de comunicação;
c)     Trabalho divisionista nas Forças Armadas.
d)    Preparação de grupos paramilitares
Fazem o mesmo agora contra Dilma.”
 Diz meu missivista que a mídia atacar a Petrobras, agora, é também uma reedição chilena:
 A Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP – interagia com os grandes jornais do continente garantindo cobertura “fiel” aos fatos. Durante a campanha de Allende, o presidente da SIP era nada menos que Agustin Edward, o chefe do clã dono do Mercúrio e, a partir de 1973, assumiu a direção outro chileno, Raul Silva Espejo, diretor do Mércurio. Na campanha contra Allende atuava também o jornalista Federico Willoughby McDonald, assalariado da CIA. Esse Centro treinou, em 1972, 400 pessoas para ações terroristas urbanas. Willoughby, como prêmio, em 1973 ganhou o posto de assessor de imprensa de Pinochet. Weellock aparece como mentor de outros golpes de estado na página 540 do livro “Who’s Who em CIA”.
 Não precisamos mais disso porque os grampos contra Dilma, denunciados por Snowden, dão conta do recado”.
Finaliza o missivista:
“O matutino  El Mercurio, segundo os documento da ITT recebia orientação da Usis, o serviço de informações da embaixada dos EUA. Posteriormente, com a desclassificação dos documentos da Cia, em 1998, comprovou-se que o jornal recebia grandes quantidades de dólares e que o USIS “ajudava” nos editoriais e outros artigos de opinião.
A mesma orientação é dada agora pelos EUA à grande mídia, que tema a Lei de Meios”.
Enquanto os caminhoneiros não mostrarem seus rostos políticos, a máquina de propaganda viral dos Militantes de Ambientes Virtuais vai fazer deles o que quiser.
Enquanto bato estas mal traçadas, os caminhoneiros são agentes dos EUA contra Dilma.
Vamos ver o que vão ser daqui a algumas horas…
Leia também:



domingo, 22 de fevereiro de 2015

Manifesto de intelectuais brasileiros em defesa da legalidade.

Um manifesto em defesa da legalidade foi divulgado na sexta-feira por alguns dos principais intelectuais brasileiros. O texto denuncia a tentativa de destruição da Petrobras, de seus fornecedores e de tentativa de mudança do modelo que rege a exploração de petróleo no Brasil. Leia, abaixo, texto do jornalista Luis Nassif e, também, o manifesto dos intelectuais:
É hora de encarar os fatos: há uma conspiração em marcha para desestabilizar o governo, ainda que à custa da desorganização da economia. Não dá mais para tapar o sol com a peneira. É uma conjunção muito grande de fatores:
  1. A cobertura enviesada da mídia em cima de vazamentos seletivos da Operação Lava Jato. Conseguiram transformar até a Swissleaks em operação Lava Jato.
  2. O comportamento do Procurador Geral da República Rodrigo Janot, tratando o crime de vazamento de informações como se fosse uma ocorrência normal.
  3. As declarações sincronizadas da mídia, Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, procurando manietar o já inerte Ministro da Justiça.
  4. A visita de procuradores ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a pretexto de colaborar com as investigações contra a Petrobras.
  5. Finalmente, a decisão do Ministério Público Federal, de agora há pouco, de dar o golpe final contra as empreiteiras da Lava Jato, inviabilizando-as definitivamente.
Não tem lógica alegar estrito cumprimento da lei para liquidar com as empresas. Nem o mais empedernido burocrata ficaria insensível aos efeitos dessa quebra sobre a economia brasileira, sobre empregos e sobre o crescimento.
Qualquer agente público minimamente responsável trataria de apurar responsabilidades e punir duramente as pessoas físicas responsáveis, evitando afetar as empresas, ainda mais sabendo dos desdobramentos sobre a economia como um todo.
Só intenções políticas obscuras para justificar essa marcha da insensatez.
PS – Alo, presidente Dilma Rousseff. Esqueça essa preocupação sobre se as pessoas vão ou não duvidar da sua honestidade. Ninguém duvida dela. Eles não estão atrás da sua reputação: estão atrás do seu cargo. Acorde!
Abaixo, manifesto de personalidades contra o jogo político em andamento.
Manifesto: O QUE ESTÁ EM JOGO AGORA
A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.
Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter RESERVAS e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.
Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.
Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.
Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.
O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.
20 de fevereiro de 2015
Alberto Passos Guimarães Filho
Aldo Arantes
Ana Maria Costa
Ana Tereza Pereira
Cândido Mendes
Carlos Medeiros
Carlos Moura
Claudius Ceccon
Celso Amorim
Celso Pinto de Melo
D. Demetrio Valentini
Emir Sader
Ennio Candotti
Fabio Konder Comparato
Franklin Martins
Jether Ramalho
José Noronha
Ivone Gebara
João Pedro Stédile
José Jofilly
José Luiz Fiori
José Paulo Sepúlveda Pertence
Ladislau Dowbor
Leonardo Boff
Ligia Bahia
Lucia Ribeiro
Luiz Alberto Gomez de Souza
Luiz Pinguelli Rosa
Magali do Nascimento Cunha
Marcelo Timotheo da Costa
Marco Antonio Raupp
Maria Clara Bingemer
Maria da Conceição Tavares
Maria Helena Arrochelas
Maria José Sousa dos Santos
Marilena Chauí
Marilene Correa
Otavio Alves Velho
Paulo José
Reinaldo Guimarães
Ricardo Bielschowsky
Roberto Amaral
Samuel Pinheiro Guimarães
Sergio Mascarenhas
Sergio Rezende
Silvio Tendler
Sonia Fleury
Waldir Pires

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Aos Canalhas...Pelo golpe, pelo tapetão , pelo impeachment. Boatos e Mentiras virulizam as redes sociais, o desmentido nunca tem a mesma força e essa história estará presente nas rodas de conversas “talvez para sempre”. E os idiotas são vocês que compartilham!


FESTA DE ARROMBA - Quem pensa que a lama fétida que emerge das entranhas do poder acabou, engana-se. Tido como um dos mais badalados DJ’s do universo, Tiësto, que cobra cachês de US$ 30 mil para cima e foi responsável pela sonorização da abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, tem em sua agenda uma apresentação marcada para a Granja do Torto, mais precisamente em 11 de outubro.                             
Considerando que o presidente Lula é adepto de música sertaneja e pagode, e que a viagem de Tiësto a Brasília não será por simpatia ao presidente Lula ou algo parecido, tudo indica que se trata de mais uma farra dos primeiros-filhos, que o trabalhador brasileiro terá de financiar. É a mais nova barbárie consumista do presidente Lula, o defensor do povo e dos trabalhadores.

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A história é fantástica! Um sobrinho do Lula, de três anos, ganhará uma mega festa em Brasília com mais de 180 crianças convidadas. Os detalhes “apurados” pela VEJA BRASÍLIA tornam tudo ainda mais interessante: o alto montante foi pago em dinheiro vivo, cada convidado ganhou um IPad e foi agraciado com um vídeo de um jogador do Flamengo fazendo o convite para a festa de arromba. Com o carimbo VEJA de credibilidade, a notícia se espalhou com a ajuda da convicção dos seus leitores: 
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Nota do Instituto Lula
Em sua edição do último sábado, 14 de fevereiro, o jornalista Ulisses Campbell publicou nota onde afirma que Thiago, que seria sobrinho do ex-presidente Lula, terá uma festa de aniversário de três anos com custo de 220 mil reais e Ipads de presente para os convidados. Lula não tem nenhum sobrinho com este nome residindo em Brasília.
Lamentamos que a revista publique informações falsas sem sequer checar a informação e que perfis da internet, como os do vlogueiro Felipe Neto, o da apócrifo Folha Política, e o do site Implicante, entre outras pessoas e veículos de boa e má fé, repliquem tal absurdo.

Apenas este ano já foram divulgados boatos sobre a volta do câncer do ex-presidente, a sua suposta morte e agora a festa de um falso sobrinho, entre outros casos de mentiras, boatos e mau jornalismo.
Então ficamos assim: Lula é bilionário segundo a Forbes, promove festas nababescas para seu sobrinho de três anos e já morreu com um câncer no pâncreas. Já seu filho é proprietário de uma fazenda de R$47 milhões, comprou um jato de US$ 50 milhões, é dono da Friboi e promove baladas na Granja do Torto.  E VEJA faz um jornalismo de primeiríssima qualidade. 
BEIJO NO CORAÇÃO 
O Grupo JBS, proprietário da marca Friboi, é o maior produtor de carne bovina do mundo. É também um dos maiores financiadores de campanhas políticas do país, disputando os primeiros lugares de doadores com Itaú, Bradesco, Camargo Correia, Odebrecht, OAS e outros bancos e empreiteiras. 
Mas parece que o sucesso da Friboi não se repete no relacionamento com seus funcionários. Em ótima reportagem de Conceição Lemes para o Viomundo, fomos informados que a empresa tem sido um retumbante fracasso no que diz respeito ao cumprimento dos direitos trabalhistas:
"Por exemplo, descumprimento da pausa de 20 minutos a cada 1h40min em ambientes frios. Falta de locais adequados para o intervalo de recuperação térmica dos trabalhadores expostos à temperaturas extremamente frias para o corpo humano (entre 5o C e -15o C). Excesso de jornadas de trabalho;  há registros de até 12 horas seguidas. Infração de normas de saúde e segurança dos trabalhadores."
Mês passado, a funcionária Andreia Pires foi demitida por justa causa, apesar da estabilidade de emprego garantida por lei até setembro de 2015 por ser membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Andreia contesta a justificativa da Friboi e diz que o motivo foi outro. 
Indignada com o fato da empresa passar a cobrar as refeições dos seus trabalhadores, a funcionária criou um abaixo-assinado contra a medida.
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Sim, a Friboi, uma empresa cujo lucro líquido cresceu 400% no último trimestre de 2014 em relação ao mesmo trimestre de 2013, cobra as refeições de seus funcionários. O abaixo-assinado já contava com 200 assinaturas quando Andreia foi demitida. 
PS: Assista abaixo ao trailer do documentário “Carne é osso”, que mostra as péssimas condições de trabalho nos grandes frigoríficos brasileiros.



IMAGEM WANDALIZADA 
Mais um boato agitou o Brasil na última semana. Mas, dessa vez, o boato teve consequências sérias e deixou muita gente desesperada. Foi no Whatsapp, a rede social que oferece as condições de pressão e temperatura ideais para a proliferação do chorume, que o boato nasceu. Vejamos essa belezura:
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É incrível como a boataria ganha força em tempos de vida em rede. Este “comunicado oficial” da Caixa contém diversos erros de ortografia, nenhuma pontuação e nenhuma lógica.  
Quem é a “Federção dos Bancos do Estado Brasileiro”? Ela simplesmente não existe. Existe a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), que é uma entidade representativa privada e jamais teria condições de congelar as poupanças. A coisa não para por aí. Quem assina o comunicado é a “Gerência Nacional do Brasil”, uma gerência da qual nunca se ouviu falar, ainda mais pelo fato de ser “nacional do Brasil”.
Mas, a gente sabe, nada disso representa um empecilho pra o bom chorume virar verdade. Com o pânico instaurado, outros incrementos surgiram pra fortalecer o boato. Assistam ao vídeo:
Olha que lindo isso.
Agora temos uma imagem e um áudio. A gravação do telefonema revela que “um gerente de banco dos EUA, que é irmão de um deputado no Brasil” alertou que haverá o tal confisco. O mais incrível é que o apresentador do áudio, que mora nos EUA, considerou desimportante apurar a informação que poderia causar pânico na população:
"Um amigo me mandou um áudio. E eu não perguntei pra ele de onde veio, porque não interessa!"

"Pode ser verdade, pode ser mentira, não sei. O que eu sei é que eu estou passando pra vocês."
Ou seja, o importante mesmo é repassar, curtir e compartilhar o boato. 
Até uma reportagem do G1 de Brasilia (da Globo) foi forjada para conferir credibilidade à mentira:
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Pronto! Agora temos uma imagem, um áudio, uma reportagem de um grande portal e milhares de pessoas preocupadas com o confisco de suas poupanças.
O governo emitiu comunicado negando e informou que colocará a Polícia Federal pra investigar o boato. Mas, como já falei, a força do desmentido nunca é a mesma e até hoje há muita gente querendo tirar o dinheiro da poupança temendo o confisco. 
Numa época em que o impeachment está em pauta, nada como associar Dilma a Collor e colocar uma pulga atrás da orelha do povo. 
(Siga-me no Twitter: @JornalismoWando)

CANALHAS.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Professores criticam Alckmin por fechar salas de aulas em SP...


Ano letivo começou mal para os estudantes e professores de Suzano e Ferraz de Vasconcelos, no Alto Tietê. O governo estadual fechou 96 salas de aulas na Região.
Rede TVT

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"GUERRA DA ÁGUA" em SP, FATO o PSDB já sabia em 2009.

Publicado em 21 de out de 2014
Documento publicado em 2009 pelo Governo de SP, já previa uma "Guerra da água" na "Macrometrópole Paulista" para o ano de 2015, "motivada pelo aumento da demanda num ano atípico de chuvas, com precipitação muito abaixo da esperada". (S.P., 2009, :p.37). O inacreditável é que mesmo com mais de 200 super especialistas concluindo isso, o Governo do PSDB, nada fez!! Definitivamente Documento publicado em 2009 pelo Governo de SP, já previa uma "Guerra da água" na "Macrometrópole Paulista" para o ano de 2015, "motivada pelo aumento da demanda num ano atípico de chuvas, com precipitação muito abaixo da esperada". (S.P., 2009, :p.37). O inacreditável é que mesmo com mais de 200 super especialistas concluindo isso, o Governo do PSDB, nada fez!! Definitivamente .