domingo, 14 de dezembro de 2014

MILTON SANTOS - UM GRANDE BRASILEIRO QUE VOCÊ DEVERIA CONHECER.


MILTON SANTOS - A trajetória e o reconhecimento

Embora pouco conhecido fora do meio acadêmico, Santos alcançou reconhecimento fora do país, tendo recebido, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud (conferido por universidades de 50 países).

Sua obra O espaço dividido, de 1979, é hoje considerada um clássico mundial, onde desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos.

Suas ideias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo, advertia para a possibilidade de gerar o fim da cultura, da produção original do conhecimento - conceitos depois desenvolvidos por outros. Por uma Outra Globalização, livro escrito por Milton Santos dois anos antes de morrer, é referência hoje em cursos de graduação e pós-graduação em universidades brasileiras. Traz uma abordagem crítica sobre o processo perverso de globalização atual na lógica do capital, apresentado como um pensamento único. Na visão dele, esse processo, da forma como está configurado, transforma o consumo em ideologia de vida, fazendo de cidadãos meros consumidores, massifica e padroniza a cultura e concentra a riqueza nas mãos de poucos.

Espaço: abordagem inovadora

A obra de Milton Santos é inovadora e grandiosa ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um "conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações".

As velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro. Daí a correlação entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico. Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização.

Estas ideias são expostas principalmente em sua obra A Natureza do Espaço (Edusp, 2002).

No conceito de espaço, Milton Santos revela a noção de paisagem, onde sua forma está em objetos naturais correlacionados com objetos fabricados pelo homem. Santos aponta que espaço e paisagem não são conceitos dicotômicos, onde os processos de mudança social, econômico e político da sociedade resultam na transformação do espaço, que concatenado a paisagem se adaptam para as novas necessidades do homem naquele dado período. Milton Santos revela o conceito de paisagem como algo não estanque no espaço, e sim que a cada período histórico altera, renova e adapta para atender os novos paradigmas do modo de produção social.

São ideias apontadas na obra "Pensando o espaço do homem" São Paulo: Hucitec, 1982.

Biografia

Milton Almeida dos Santos nasceu em 3 de maio de 1926 e faleceu em São Paulo, 24 de junho de 2001. Foi geógrafo, apesar de ter se graduado em Direito. Ele destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970.

Milton Santos nasceu no município baiano de Brotas de Macaúbas em 3 de maio de 1926. Ainda criança, migrou com sua família para outras cidades baianas, como Ubaitaba, Alcobaça e, posteriormente, Salvador. Em Alcobaça, com os pais e os avós maternos (todos professores primários), foi alfabetizado e aprendeu álgebra e a falar francês.

Aos 13 anos, Milton dava aulas de matemática no GINÁSIO em que estudava, o Instituto Baiano de Ensino. Aos 15, passou a lecionar Geografia e, aos 18, prestou vestibular para Direito em Salvador. Enquanto estudante secundário e universitário marcou presença na militância política de esquerda. Formado em Direito, não deixou de se interessar pela Geografia, tanto que fez concurso para professor catedrático no Colégio Municipal de Ilhéus. Nesta cidade, além do magistério desenvolveu atividade jornalística, estreitando sua amizade com políticos de esquerda. Nesta época, escreveu o livro Zona do Cacau, posteriormente incluído na Coleção Brasiliana, já com influência da Escola Regional francesa.

Em 1958, concluiu seu doutorado na Universidade de Estrasburgo, na fronteira da França com a Alemanha. Ao regressar ao Brasil, criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, mantendo intercâmbio com os mestres franceses. Após seu doutorado, teve presença marcante na vida acadêmica, em atividades jornalísticas e políticas de Salvador. Em 1961, o presidente Jânio Quadros nomeia-o para a subchefia do Gabinete Civil, tendo viajado a Cuba com a comitiva presidencial - o que lhe valeu registro nos órgãos de segurança nacional após o golpe de 1964.

Exílio
Em função de suas atividades políticas junto à esquerda, Milton foi perseguido pelos órgãos de repressão da ditadura militar. Seus aliados e importantes políticos intervieram junto às autoridades militares para negociar sua saída do país, após ter cumprido meio ano de prisão domiciliar. Milton achou que ficaria fora do país por seis meses, mas acabou ficando 13 anos. Milton começa seu exílio em Toulouse, passando por Bordéus, até finalmente chegar a Paris em 1968, onde lecionou na Sorbonne, tendo sido diretor de pesquisas de planejamento urbano no Institut d'Étude du Développement Économique et Social (IEDES).

Permaneceu em Paris até 1971, quando se mudou para o Canadá. Trabalhou na Universidade de Toronto. Foi para os Estados Unidos, com um convite para ser pesquisador no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde trabalha com Noam Chomsky. No MIT trabalha em sua grande obra O Espaço Dividido. Dos EUA viaja para a Venezuela, onde atua como diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanização do país para um programa da ONU. Neste país manteve contato com técnicos da Organização dos Estados Americanos, o que facilitou sua contratação pela Faculdade de Engenharia de Lima, onde foi contratado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para elaborar um trabalho sobre pobreza urbana na América Latina.

Posteriormente, foi convidado para lecionar no University College de Londres, mas o convite ficou apenas na tentativa, já que lhe impuseram dificuldades raciais. Regressa a Paris, mas é chamado de volta à Venezuela, onde leciona na Faculdade de Economia da Universidade Central. Segue, posteriormente para Tanzânia, onde organiza a pós-graduação em Geografia da Universidade de Dar es Salaam. Permaneceu por dois anos no país, quando recebeu o primeiro convite de uma universidade brasileira, a Universidade de Campinas. Antes disso, regressa à Venezuela, passando antes pela Universidade de Colúmbia de Nova Iorque.

Retorno ao Brasil
No final de 1976, houve contatos para a contratação de Milton pela universidade brasileira, mas não havia segurança na área política e o contato fracassou. Em 1977, Milton tenta inscrever-se na Universidade da Bahia, mas, por artimanhas político-administrativas, sua inscrição foi cancelada. Ao regressar da Universidade de Colúmbia iria para a Nigéria, mas recusou o convite para aceitar um posto como Consultor de Planejamento do estado de São Paulo e na Emplasa. Esse peregrinar custou-lhe muito, mas sua volta representou um enorme esforço de muitos geógrafos, destacando-se Armen Mamigonian, Maria do Carmo Galvão, Bertha Becker e Maria Adélia de Souza. Quanto ao seu regresso, Milton tinha um grande papel nas mudanças estruturais do ensino e da pesquisa em Geografia no Brasil.

Após seu regresso ao Brasil, lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) até 1983. Em 1984 foi contratado como professor titular pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), onde permaneceu mesmo após sua aposentadoria. Também lecionou geografia na Universidade Católica de Salvador.
Do blog Forum ZN

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

BOMBA...Bonner confirma: Covas, Alckmin e Serra sabiam e deram aval no esquema no trensalão.



Vão engavetar ...

Como fizeram com o MENSALÃO TUCANO....

Cade o Gigante , cade as manifestações, cade o povo nas ruas...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A Casa Caiu: Escândalos do PSDB Represados por 19 Anos Inundam o JN.


A notícia dentro da notícia. O Jornal Nacional da última quinta-feira levar ao ar uma reportagem com quase oito minutos de duração tratando de escândalos envolvendo o PSDB de São Paulo foi mais importante do que o conteúdo da matéria, do qual quem se interessa por política já soubera pelos jornais impressos, pelo rádio e pela internet durante o dia.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Assine nosso manifesto "Joven Negro Vivo".


Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas no Brasil. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.
Apesar dos altíssimos índices de homicídio de jovens negros, o tema é em geral tratado com indiferença na AGENDA pública nacional. As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas.
Com o objetivo de mobilizar a sociedade e romper com a indiferença, a Anistia Internacional BRASIL lança a campanha Jovem Negro VIVO.

O destino de todos os jovens é viver!
Todos os jovens têm direito a uma VIDA livre de violência e preconceito. Vamos lutar por isso, e exigir políticas públicas de segurança, educação, saúde, trabalho, cultura, mobilidade urbana, entre outras, que possam contribuir para transformar esta realidade.
Confira os dados da campanha no infográfico animado e veja de que realidade estamos falando:
30 mil jovens por ano são assassinados no Brasil. Mais chocante que essa realidade, só a indiferença. Queremos ver os jovens VIVOS! Assine nosso manifesto em http://www.anistia.org.br/jovemnegrovivo

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Alexandre Garcia e os abusos da lógica, por Fábio de Oliveira Ribeiro.


SEGrecente comentário televisado, 

o jornalista Alexandre Garcia (Rede Globo), afirmou que 53 milhões de brasileiros que votaram em Dilma são cúmplices de corrupção. A lógica do jornalista me pareceu interessante. Por isto resolvei utilizá-la.
A Globo já sonegou impostos. Isto fez dos anunciantes, empregados e telespectadores da Rede Globo coautores do crime de sonegação fiscal? Pela lógica de Alexandre Garcia, SIM. 
Várias celebridades da Globo são viciadas em cocaína. Isto faz dos telespectadores da Globo usuários de cocaína ou incentivadores do tráfico da droga que movimenta a cena global?
As organizações Globo apoiaram ativamente o golpe de 1964 e se beneficiaram da generosidade dos militares enquanto os mesmos estiveram no poder. Os militares mataram e torturaram dissidentes do regime, crimes que devem ser punidos segundo decisão da OEA. Os donos da Rede Globo serão responsabilizados pelos crimes que ajudaram os militares a cometer?
Há algumas décadas a Globo vendeu Fernando Collor aos brasileiros. O caçador de marajás foi transformado em herói nacional e, depois, em presidente. Collor naufragou na corrupção e foi Impedido de seguir na presidência, mas a Globo continuou a transmitir seus programinhas e noticiários normalmente como se não fosse cúmplice da corrupção.
Várias empresas investigadas na “Operação Lava a Jato” são anunciantes da Rede Globo. O clã Marinho teve e tem lucro para divulgar uma bela e imaculada imagem pública dos empresários corruptores e criminosos que foram presos. Pela lógica do Alexandre Garcia, a Rede Globo deveria ser investigada por lucrar para acobertar a corrupção empresarial?
A Justiça Eleitoral é guardiã do registro do PT e homologou a candidatura de Dilma Rousseff.  Se levarmos a sério o padrão Alexandre Garcia de raciocínio lógico, quem permitiu que a candidata disputasse a eleição e recebesse os votos é, sem dúvida, cúmplice de corrupção. Por que Alexandre Garcia, rejeitando sua própria lógica, atacou 53 milhões de eleitores ao invez de responsabilizar pessoalmente os Ministros do TSE que possibilitaram que a candidata fosse votada?
Não vou dar mais nenhum exemplo. Não é preciso. No Brasil cada qual é responsável apenas por suas ações e omissões. Ninguém pode ser responsabilizado pelos atos de terceiros. A lógica de Alexandre Garcia é abusiva e, do ponto de vista jurídico, irrelevante. Se fosse voltada contra o empregador dele, a Globo teria que ser fechada e murada para ser transformada num Presídio Fashion de Segurança Máxima. Não creio que isto é necessário. Mas há algo que pode ser feito.
Ao dizer publicamente que 53 milhões de eleitores de Dilma são corruptos e, portanto, criminosos que merecem ser presos, Alexandre Garcia ofendeu-os profundamente. O jornalista pode e deve ser processado civil e criminalmente por cada um destes eleitores (ou até mesmo pelo MPF, que é o guardião dos direitos coletivos e difusos dos brasileiros). E a empresa que divulgou o vídeo dele (a Rede Globo) pode ser considerada co-responsável pelo dano moral causado aos eleitores do PT. 

domingo, 23 de novembro de 2014

Polícia Federal chega no 'Doutor Freitas' e Aécio Neves desaparece.

Polícia Federal chega no 'Doutor Freitas' e Aécio Neves desaparece

Após depoimentos de executivos que fizeram acordos de delação premiada afirmando que existia um 'clube' de empreiteiras que fraudava licitações e pagava propinas, misteriosamente o tucano sumiu da imprensa.



Depois de muita enrolação, com direito a manchete do tipo: “Doações de investigadas na Lava Jato priorizam PP, PMDB, PT e outros”, para não citar PSDB, apareceu o Doutor Freitas. Notinhas tímidas, em letras miúdas, no rodapé de páginas dos grandes jornais informam que o dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse em depoimento à Polícia Federal que tinha contato mais próximo com o arrecadador de campanha do PSDB, o Doutor Freitas, Sérgio de Silva Freitas, ex-executivo do Itaú que atuou na ..Leia mais aquihttp://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/11/policia-federal-chega-no-doutor-freitas-e-aecio-neves-desaparece-1885.html