domingo, 15 de março de 2015

Alexandre Garcia diz que que votou em Dilma é Cumplice da corrupção na Petrobrás.



O link do áudio de Alexandre Garcia está aqui:http://www.youtube.com/watch?v=C7ulQ6zgVu8
Alexandre Garcia, eu faço parte do universo de 53 milhões de eleitores, que em uma disputa polarizada entre PT x PSDB, decidiu votar na candidata Dilma , principalmente por falta de melhores opções. Gostaria que você, após insultar-nos, tivesse ao menos a decência de ler os oito pontos a seguir e responder ao questionamento:
1) Segundo reportagem do jornal “O Globo”, o doleiro AlbertoYoussef está sendo investigado pela Polícia Federal por ter intermediado negócios com a CEMIG, a estatal mineira do setor energético, comandada pelo PSDB-MG de Aécio há 12 anos.
Fonte: http://oglobo.globo.com/…/pf-vai-apurar-atuacao-de-youssef-…
2) Segundo os Procuradores que atuam na operação Lava-Jato, o esquema de corrupção funciona na Petrobras “há pelo menos 15 anos”. Isso significa que o esquema funciona pelo menos desde o governo FHC.
Fonte: http://politica.estadao.com.br/…/esquema-criminoso-atuava-…/
3) O suposto operador do PMDB, conhecido como “Fernando Baiano”, ao qual você se referiu no vídeo, declarou para a PF que realizava o pagamento de propina na Petrobras desde 2000, portanto desde o governo do PSDB.
4) Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras , afirmou que vai devolver 100 milhoes de dólares. O curioso do seu depoimento, trazido pelo jornal “O Globo”, é que ele afirma que recebia propina na Petrobras desde 1996, portanto desde o governo FHC.
Fonte: http://oglobo.globo.com/…/barusco-confessa-ter-recebido-us-…
5) O delator Paulo Roberto Costa afirmou que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, recebeu 10 milhões de reais em propina para ajudar a arquivar uma CPI contra a empresa.
http://politica.estadao.com.br/…/ex-diretor-da-petrobras-d…/
6) Semanas depois, auxiliares de Youssef afirmaram que vários parlamentares do PSDB receberam propina do esquema:
http://www1.folha.uol.com.br/…/1535691-outros-tucanos-receb…
7) Diretores da CPTM, a estatal de São Paulo que cuida dos trens e metrôs, foram condenados na Suíça e na Alemanha pelo recebimento de propinas para direcionar licitações. Um caso muito semelhante ao da Petrobras. Ao contrário da Lava-Jato, as investigações no Brasil não foram para frente. O Procurador que atuava no caso, Rodrigo de Grandis, está sendo acusado de ter “sentado em cima” do caso por três anos, sem promover nenhuma das diligências que foram requeridas pelo governo Suíço. O Procurador é conhecido em São Paulo por ter supostamente bloqueado outras investigações contra o PSDB, como a Satiagraha. Ele está sendo processado pelo Conselho Nacional do Ministério Público por prevaricação no caso do metrô. Será que foi tudo coincidência? Ou será que alguém agiu para que essas investigações não fossem para frente?
http://g1.globo.com/…/justica-suica-condena-ex-diretor-da-c…
http://www.conjur.com.br/…/cnmp-abre-processo-apurar-condut…
8) O candidato Aécio ficou conhecido nacionalmente pela construção do aeroporto de Cláudio. Além disso, tinha outro grande escândalo nas suas costas, que era o recebimento de verba do estado de Minas Gerais para as cinco rádios que lhe pertencem. O caso foi mostrado para o público pelo jornal ”Folha de São Paulo”. A Rede Globo de televisão não divulgou porque tinha interesse em preservar a imagem do candidato Aécio. A reportagem mostra que o Governo de Minas, de forma vergonhosa, se limitou a dizer que entre 2003 e 2010 foram destinados aproximadamente 700 milhões de reais em verbas publicitárias para alguns veículos de comunicação. Escondeu a informação de quanto foi destinado específicamente para as rádios de Aécio (algumas delas grandes, como a retransmissora da Jovem Pan em BH).
Vamos parar por aqui. Nem vamos nos estender sobre os outros escândalos dos governos do PSDB.
Alexandre Garcia, você sugere subliminarmente no seu discurso que o PT é a matriz da corrupção no país.
Baseado nos oito casos mostrados acima, fica a pergunta:
Você sugere isso porque é ignorante e desconhece os fatos acima ou porque AGE DE MÁ-FÉ? COMO SEMPRE AGIU , borra botas de coronel!!!
uiz Case

sábado, 14 de março de 2015

Cem mil nas ruas por Reforma Política e defesa da democracia e a GLOBO vai de capacete em defesa a Democracia? , na a avenida Paulista.

http://www.spbancarios.com.br/Videos.aspx?id=987
Cem mil nas ruas por Reforma Política e defesa da democracia
13/3/15
Nem a chuva nem as ameaças virtuais impediram a população de tomarem as ruas para o ato do dia 13 de março. Estudantes, professores, trabalhadores e movimentos sociais se uniram em torno da defesa da Petrobras, dos direitos dos trabalhadores, da democracia e em prol da Reforma Política.


Globo vai de capacete pra avenida Paulista, que é tomada por uma multidão em defesa da Democracia
Maria Lucia leva pra rua a crítica contra a imprensa que virou partido político
Maria Lucia leva pra rua a crítica contra a imprensa que virou partido político


Bom humor para lidar com a Globo: concessão pública defende interesses estrangeiros
Bom humor para lidar com a Globo: concessão pública defende interesses estrangeiros.



Dilma fica!
Dilma fica!









A equipe da Globo preparada para uma guerra que não houve: capacetes e o segurança (de jaqueta azul)
A equipe da Globo preparada para uma guerra que não houve: capacetes e o segurança (de jaqueta azul)
A imagem que a Globo não mostrou: a multidão toma a avenida, em defesa da Democracia
A imagem que a Globo não mostrou: a multidão toma a avenida, em defesa da Democracia.

quinta-feira, 12 de março de 2015

EUA JÁ AGEM PARA DERRUBAR DILMA ROUSSEFF .



"A população geral não sabe o que está acontecendo, e nem sequer sabem que não sabem" 


Entendam o que realmente está acontecendo...

Por F. William Engdahl na Revista americana NEO

domingo, 8 de março de 2015

FHC organiza a tocaia.



Os tucanos estão por trás da manifestação do próximo dia 15, mas cuidam, ardilosos, de não mostrar a cara
Fernando Henrique Cardoso foi o anfitrião de uma das reuniões mais reveladoras e constrangedoras dos últimos dias. Exatamente a 27 de fevereiro, durante almoço no Instituto FHC, o ex-presidente enrolou-se mais uma vez numa proposta de ação política a respeito da passeata pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Estavam presentes os mais influentes tucanos, como o senador Aécio Neves (MG), presidente da legenda, os senadores Tasso Jereissati (CE), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e José Serra (SP), além do senador Cássio Cunha Lima (PB).
“Tem de ficar claro que nós apoiamos, mas não somos promotores”, orientou FHC.
Por outro lado, Aécio Neves, já sem a brandura mineira nos olhos, usou o mesmo disfarce: “Temos de estabelecer esse limite, ter esse cuidado. Não será iniciativa partidária”.
Os tucanos vão para a tocaia. Empoleirados numa árvore seca, sem folhas e sem frutos, torcendo, porém, pelo sucesso das manifestações de 15 de março, batizadas de “Impeachment Já”.
A passeata visa a desestabilização do governo. Para os tucanos, Dilma não pode superar a crise conjuntural nem sobreviver no poder até a eleição presidencial de 2018, que poderá ter Lula na disputa.
O senador Aloysio Nunes Ferreira ofereceu-se para representar o PSDB. Estará nas ruas de olho grande no contingente antipetista da capital paulista, na tentativa de se habilitar eleitoralmente para a disputa da prefeitura no próximo ano. Ele mostra-se disposto a sombrear a própria biografia. Golpeado em 1964, o tucano agora, contrariamente, ensaia os primeiros passos do andante golpista.
Não há uma linha tênue entre o sentimento traiçoeiro do PSDB e a democracia. Surgiu, entretanto, uma dissidência importante. O governador paulista, Geraldo Alckmin, não vê “razões para o impeachment”. Por que ele não terá ido ao almoço de FHC? Faltou convite ou terá recusado para cuidar de coisas mais importantes da administração, como, por exemplo, a crise hídrica?
O ex-presidente FHC é recalcitrante.  Recentemente saiu do escritório dele uma consulta ao advogado Ives Gandra Martins sobre a possibilidade de propor o impeachment de Dilma.
Em 2005, com o episódio do caixa 2, denominado pela mídia de “mensalão do PT”, ele foi o primeiro a reagir com oportunismo. Propôs publicamente a Lula que desistisse do segundo mandato.  Cara de pau! Lembra o senador Aécio Neves, agora apoiando oimpeachment após ser derrotado nas urnas por Dilma Rousseff.
Proposta ainda mais indecorosa FHC fez, em 1988, ao então presidente José Sarney, em torno dos debates da Constituinte sobre a duração do mandato presidencial. Quem conta é o advogado Saulo Ramos (1929-2013), consultor-geral da República e ministro da Justiça do governo Sarney, no livro Código da Vida.
O então senador FHC levou ao presidente a proposta, aprovada na Comissão de Sistematização, pela implantação do sistema parlamentarista.
Sarney objetou e Saulo Ramos deu uma aula de direito constitucional ao senador, e ouviu dele o que chama de “a espantosa frase textual”: “Eu não entendo nada de direito constitucional, mas entendo de política”.
Com a bola na marca do pênalti, Sarney fez o GOL: “Eu entendo dos dois (...) o que vocês querem é desestabilizar o atual governo, sem pensar no Brasil e nas consequências desse gesto”.
Sarney saiu da tocaia. FHC não mudou.

terça-feira, 3 de março de 2015

Cai a mascara da IMPEACHMENT S.A.


IMPEACHMENT S.A.

O Negócio da Revolução - YouTube
A grande lição que fica deste documentário -- O Negócio da Revolução -- é a prova cabal de que nem tudo é "espontâneo", por exemplo, na Primavera Árabe. Fica...


Quem for às ruas no dia 15 vai estar vomitando seu ódio com o patrocínio de empresas e políticos que querem tirar o foco da lista de políticos da Lava Jato


Que ninguém se engane ou se faça de desavisado. As organizações Impeachment S.A. — uma sociedade mais ou menos anônima — está aí não só para promover eventos, mas, sobretudo, para se capitalizar.
Quem quiser ir às ruas no dia 15, com nariz de palhaço e cartazes pró-impeachment, vai estar batendo o bumbo e vomitando seu ódio com o patrocínio de empresas e políticos que querem bombar o desgaste de um governo por razões nada republicanas.
Algumas das organizações mais ativas na mobilização das manifestações do dia 15 de março são um negócio patrocinado pela oposição partidária e empresarial, com os préstimos sempre valiosos do cartel midiático, que dá uma boa força para a sua divulgação.
Tal e qual nos bons tempos do golpismo dos anos 1950 e 1960, trabalhar pela derrubada de um governo é, em parte, ideologia, mas tem seu lado ‘business’. Dá dinheiro.
Os grupos que organizam os protestos e clamam pelo impeachment começam como rede social, mas crescem com apoio partidário e empresarial.
Nenhum desses grupos deixa de pedir, publicamente, recursos para financiar seu ‘trabalho’ — seria melhor dizerem ‘seu negócio’. Até aí, nada de mais.
Porém, o grosso das contribuições que algumas dessas pessoas recebem não são públicas e nem de pessoas que dão 5, 10, 100 reais. Hoje, a maior parte da grana que rola em prol do impeachment de Dilma tem outra origem.
Empresários em pelo menos três estados (São Paulo, Pernambuco e Paraná) relatam ter recebido telefonemas pedindo dinheiro para a organização dos atos do dia 15. A fonte da informação são advogados consultados para saber da legalidade da doação e possíveis implicações jurídicas para as empresas.
Em um dos casos, o pedido não foi feito diretamente por alguém ligado aos perfis de redes sociais que convocam o ato, mas por um deputado de oposição, com o seguinte argumento: “precisamos ajudar esse pessoal que está se mobilizando para tirar esses vagabundos do poder”.
O curioso é que o deputado oposicionista faz parte do seleto grupo de parlamentares que teve o privilégio de contar, entre seus financiadores de campanha, com empresas citadas na Lava Jato. Portanto, pelo critério da Impeachment S.A., o deputado amigo é, de fato, um honorável vagabundo.
É bom lembrar que quase a metade dos nomes da famigerada lista do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, estava ligada às campanhas de Aécio ou Marina Silva
As empreiteiras pegas na Operação Lava Jato doaram quase meio bilhão de reais aos políticos e aos partidos com as maiores bancadas no Congresso, o que inclui os de oposição, como PSDB e DEM. Será que alguém vai se lembrar disso no dia 15?

Como o negócio funciona e prospera

A Impeachment S.A. virou franquia. Uma pessoa ou um pequeno grupo monta um perfil, sai à cata de adesões e seguidores e cria memes para serem espalhadas na rede. Com alguma sorte, essa ‘produção’ se torna viral — pronto, a fórmula de sucesso deu resultado.
Os grupos que organizam o protesto do dia 15 são muitos. Cada estado tem um ativista ou grupo de maior proeminência. Eles hoje disputam o mercado do protesto de forma cada vez mais empresarial. Com naturalidade, eles são absolutamente francos em dizer que o capitalismo é seu sonho de consumo. Qualquer maneira de ganhar dinheiro vale a pena.
Dependendo da força de adesão de cada perfil, o criador usa sua lista de seguidores, com ou sem nariz de palhaço, como portfólio para negociar patrocínio privado.
Quanto mais o impeachment se tornar um oba-oba, do tipo “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, tanto melhor para o negócio de derrubar a presidenta.
A busca de um mercado do protesto veio a partir do momento em que esses mascates do impeachment bateram às portas dos partidos, como o PSDB, o DEM e o PPS.
Pelo menos no caso de Pernambuco, houve tentativas também junto ao PSB, cujo ex-candidato à presidência, Eduardo Campos, também consta citado na delação de Paulo Roberto Costa. O PSB hoje abriga, entre outros, ‘socialistas’ da estirpe do antigo PFL, como os renomados Heráclito Fortes (PI) e Paulo Bornhausen (SC).
Alguns dos ativistas da Impeachment S.A., de espírito empreendedor mais aguçado, pegaram a lista de financiadores de campanhas de políticos da oposição com os quais mantêm contato e foram pedir ajuda para conseguir abrir portas em empresas dispostas a financiar a campanha do impeachment.
Os políticos tucanos, ao que parece, têm sido os mais empenhados em redirecionar os pedidos de patrocínio privado para o universo das empresas.
Publicamente, só para variar, os tucanos definiram, com o perdão ao vocábulo ‘definir’, que apoiam o ato pró-impeachment, mas são contra o impeachment. Hein? Precisamos de pelo menos uns dois minutos para entender o raciocínio e pegar algum tucano pelo colarinho branco, escondido atrás de mais esse muro.
Os tucanos querem o protesto, torcem pelo protesto, ajudam a patrocinar o protesto, mas fingem que não têm nada a ver com isso. Faz sentido — e ainda tem gente que acredita que eles realmente não trabalham pelo impeachment.

Por que 15 de março?

A própria data do protesto foi calculada politicamente, pela Impeachment S.A., com um propósito evidente.
O alvo do protesto é a presidenta Dilma Rousseff, convenhamos, justamente no mês em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgará a lista dos políticos envolvidos no escândalo. Mais exatamente, na semana seguinte àquela em que a lista de políticos será tornada pública.
Os revoltontos do dia 15 pedirão o impeachment de Dilma, que sequer aparece citada na Lava Jato. Será que vão pedir também o impeachment do senador Aécio Neves, cuja campanha recebeu doações das mesmas honoráveis empreiteiras, diretamente para o comitê de campanha desse candidato?
Vão pedir pelo menos o impeachment de Agripino Maia (DEM-RN), acusado de receber R$ 1 milhão em propina? Delator por delator, Agripino tem o seu e merece algum cartaz de algum revoltonto mais bem informado.
Irão pedir a apuração rigorosa e a prisão dos envolvidos com o trensalão tucano? Ou a falta d’água em São Paulo racionou também a memória e o senso de moral e ética dos que se dizem fartos — principalmente depois de seu repasto?
Irão eles pedir o impeachment dos parlamentares do PMDB? Eles fazem parte do segundo maior partido da Câmara, o primeiro no Senado, e seriam decisivos para a chance de impeachment. Só que, por coincidência, estão entre os preferidos das empreiteiras na hora de financiar campanhas.
Os revoltontos do dia 15 ainda não pararam para pensar que querem um impeachment de Dilma a ser feito por um Congresso cujo financiamento de campanha desenfreado deixa a maioria de seus parlamentares abaixo de qualquer suspeita — se for para generalizar o ‘argumento’ de quem vê Dilma como uma inimiga a ser banida.
Serão esses, de fato, os que podem abrir a boca para falar em afastar a presidenta eleita ? Estranho. Não deveriam ser eles os primeiros alvos de cassação?
Quem promove a campanha pelo impeachment está dando sua contribuição voluntária ou patrocinada para tirar o foco dos corruptos que de fato têm nome no cartório da Lava Jato — o que não é o caso da presidenta.
Seria melhor, antes de falarem em impeachment de uma presidenta eleita pelo voto de 54,5 milhões, que os revoltontos do dia 15 esperassem a lista de Janot e a usassem para escrever seus cartazes.
Por que não o fazem? Talvez por que isso não seja lá um bom negócio.
Antonio Lassance é doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília e colunista de Carta Maior desde 2008.

Matéria divulgada no site Brasil 247

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Os sete governos derrubados pelos EUA.

J. Dana Stuster, do site Foreign Policy
J. Dana Stuster, do site Foreign Policy
A era de golpes apoiados pela CIA despontou de maneira dramática: um general norte-americano viaja até o Irã e encontra “velhos amigos”; dias depois, o Xá ordena que o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh deixe seu cargo. Quando os militares iranianos hesitam, milhões de dólares são injetados em Teerã para corromper os apoiadores de Mossadegh e financiar protestos de rua. Os militares, reconhecendo que a balança do poder começou a pesar mais do outro lado, derrubam o primeiro-ministro, que vive o resto de sua vida sob prisão domiciliar. Este foi, como um documento da CIA atesta, “uma operação norte-americana do começo ao fim”, e um dos muitos golpes apoiados pelos EUA que aconteceram pelo mundo durante a segunda metade do século XX.

Alguns líderes, tanto ditadores quanto eleitos democraticamente, foram pegos em meio ao conflito entre EUA e URSS da Guerra Fria - uma posição que custaria seus postos (e, para alguns, suas vidas) conforme a CIA tentava instalar “seus homens” no comando dos estados. O governo dos EUA reconheceu publicamente algumas dessas ações secretas; na verdade, o papel da CIA no golpe de 1953 tornou-se público esta semana. Em outros casos, o envolvimento da CIA ainda está somente sob suspeita.

O legado do envolvimento secreto dos EUA em sete golpes militares bem sucedidos (para não mencionarmos o número de intervenções militares norte-americanas contra regimes hostis, insurgências apoiadas pelos EUA, e tentativas fracassadas de assassinatos, incluindo o caso do plano para matar Fidel Castro com um charuto explosivo), transformaram a mão secreta dos EUA em um bicho-papão nas tensões políticas de hoje. Mesmo hoje, não obstante a minguante influência dos EUA no Cairo, teorias da conspiração sugerem que tanto a Irmandade Muçulmana quanto o governo militar possuem uma sociedade com os Estados Unidos.

Abaixo, uma breve história dos casos confirmados de golpes apoiados pela CIA espalhados pelo mundo.

Irã, 1953 - Muito se especula sobre o papel da CIA no golpe que instalou, em 1949, um governo militar na Síria. Apesar disso, a derrubada do primeiro-ministro iraniano Mohammed Mossadegh é o primeiro golpe durante a Guerra Fria que o governo dos EUA reconheceu. Em 1953, depois de quase dois anos de governo Mossadegh - durante o qual ele desafiou a autoridade do Xá e nacionalizou a indústria do petróleo iraniana antes operada por companhias britânicas - Mossagedh foi tirado de seu gabinete e preso, passando o resto da vida sob prisão domiciliar. De acordo com documentos da CIA, “foi a possibilidade de deixar o Irã aberto para uma agressão dos soviéticos - quando a Guerra Fria estava em seu auge e os EUA estavam envolvidos em uma guerra não declarada na Coreia contra forças da União Soviética e da China – que nos fez planejar e executar o TPAJAX [nome da operação do golpe]”.

Guatemala, 1954 - Apesar dos EUA no início apoiarem o presidente guatemalteco Jacobo Árbenz - o Departamento de Estado sentia que sua ascensão apoiada num exército armado e treinado pelos EUA seria um trunfo - o relacionamento amargou assim que Árbenz tentou realizar uma série de reformas-agrárias que ameaçavam as posses da empresa norte-americana United Fruit Company. Um golpe em 1954 tirou Árbenz do poder, colocando uma sucessão de juntas militares em seu lugar. Detalhes secretos do envolvimento da CIA na derrubada do líder guatemalteco, que incluíam a equipagem de rebeldes e tropas paramilitares enquanto a marinha dos EUA bloqueavam a costa guatemalteca, vieram à luz em 1999.

Congo, 1960 - Patrice Lumumba, o primeiro primeiro-ministro do Congo (mais tarde, República Democrática do Congo), foi tirado de seu gabinete pelo presidente congolês Joseph Kasavubu em meio a uma intervenção militar do exército belga (apoiado pelos EUA) no país. Era um esforço violentíssimo para manter os negócios belgas depois da descolonização do país. Mas Lumumba manteve uma oposição armada contra os militares belgas e, após se aproximar da União Soviética para conseguir suprimentos, foi alvo da CIA assim que a agência determinou que ele era uma ameaça ao novo governo instalado de Joseph Mobutu. O Church Committee, uma comissão do Senado formada em 1975 para fiscalizar as ações clandestinas da inteligência norte-americana, descobriu que a CIA ''ainda mantinha um contato bastante próximo com os congoleses que expressaram o desejo de matar Lumumba,'' e que ''oficiais da CIA encorajaram e ofereceram ajuda aos congoleses em seus esforços contra Lumumba.'' Depois de uma tentativa interrompida de assassinato de Lumumba, envolvendo um lenço envenenado, a CIA alertou as tropas congolesas da localização do primeiro-ministro deposto, além de indicar as estradas que deveriam ser bloqueadas e as possíveis rotas de fuga. Lumumba foi capturado no final de 1960 e morto em janeiro do ano seguinte. 

República Dominicana, 1961 - A ditadura brutal de Rafael Trujillo - que incluiu a limpeza étnica de milhares de haitianos na República Dominicana e a tentativa de assassinato do presidente da Venezuela - terminou quando ele foi emboscado e morto por dissidentes políticos. Apesar do atirador que matou Trujillo sustentar http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-13560512 que ''ninguém me mandou matar Trujillo'', ele teve apoio da CIA. O Church Committee descobriu que ''apoio material, sendo três pistolas e três carabinas, foi distribuído para vários dissidentes… os oficiais norte-americanos sabiam que os dissidentes pretendiam derrubar Trujillo, provavelmente através de seu assassinato...''

Vietnã do Sul, 1963 - Os EUA já estavam muito envolvidos no Vietnã do Sul em 1963, e seu relacionamento com o líder do país, Ngo Dinh Diem, crescia cada vez mais, com tensões que envolviam a repressão de Diem sobre dissidentes budistas. De acordo com os Pentagon Papershttp://media.nara.gov/research/pentagon-papers/Pentagon-Papers-Part-IV-B-5.pdf, em 23 de agosto de 1963, os generais do Vietnã do Sul que planejavam um golpe contataram oficiais norte-americanos falando sobre seus planos. Depois de algumas dificuldades e um período de indecisão dos EUA, os generais capturaram e mataram Diem com apoio norte-americano em 1º de novembro de 1963. Avalia-se que parte do apoio consistiu em 40.000 dólares de recursos da CIA.

''Para o golpe militar contra Ngo Dihn Diem, os EUA devem aceitar sua parcela de responsabilidade,'' atestam os Pentagon Papers. ''No início de agosto de 1963 nós autorizamos, sancionamos e encorajamos os esforços para o golpe dos generais vietnamitas e oferecemos apoio total para um governo sucessor… nós mantivemos contatos clandestinos com eles durante o planejamento e execução do golpe e solicitamos a revisão de seus planos operacionais, além de sugerir um novo governo.''

Brasil, 1964 - Temendo que o governo do presidente João Goulart transformaria, nas palavras do embaixador norte-americano Lincoln Gordon, ''o Brasil na China de 1960'', os EUA apoiaram o golpe liderado por Humberto Castello Branco, à época chefe do Estado-Maior. Nos dias anteriores ao golpe, a CIA encorajou manifestações contra o governo, assim como proveram combustível e ''armas de origem não-norte-americanas'' àqueles que apoiavam os militares. ''Eu acho que devemos tomar todas as medidas necessárias, e estarmos preparados para qualquer coisa que precisemos fazer,'' disse o presidente Lyndon Johnson a seus conselheiros que planejavam o golpe, de acordo com documentos obtidos pelo National Security Archive. Os militares brasileiros se mantiveram no poder até 1985. 

Chile, 1973 - Os Estados Unidos nunca desejaram que Salvador Allende, o candidato socialista eleito presidente em 1970, assumisse seu posto. O presidente Richard Nixon mandou que a CIA fizesse que a economia do Chile ''gritasse'', e a agência trabalhou com três grupos chilenos, cada um planejando um golpe contra Allende em 1970. A agência foi tão longe a ponto de fornecer armamento, mas os planos foram por terra depois que a CIA perdeu a confiança em seus contatos. As tentativas norte-americanas de destruir a economia chilena continuaram até que o general Augusto Pinochet liderou um golpe militar contra Allende em 1973. O relatório oficial da CIA sobre a tomada do poder em setembro de 1973 aponta que a agência ''estava consciente dos planos de golpe dos militares, possuía relacionamentos para coleta de dados de inteligência com os conspiradores, e - pelo fato da CIA não desencorajar a tomada e até procurar instigar um golpe em 1970 - parecia tolerá-lo.'' A CIA também conduziu a campanha de propaganda de apoio ao novo regime de Pinochet depois que ele tomou posse em 1973, apesar do conhecimento de severos abusos contra os direitos humanos, incluindo o assassinato de dissidentes políticos.

Tradução de Roberto Brilhante

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Um pouco de história... "Caminhoneiros, Dilma, Allende e o novo golpe dos EUA"


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Movimento sem nenhuma organização, me engana que eu gosto.
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Enquanto a greve dos caminhoneiros, ora a paralisar o país e sem liderança definida, não mostrar o rosto de quem a representa, corremos o risco de uma bobajada, que já virou viral, tornar-se verdade à força da repetição –como ensinou o nazismo.
Um militante que sempre manda e-mails a este blog repassou o que já corre por aí: uma infâmia estabelecendo que os caminhoneiros são instrumentalizados pelos EUA para derrubar Dilma.
A bobajada vem com uma luz de fundo histórica. No dia 27 de outubro de 1972 caminhoneiros chilenos pararam seus veículos. Não eram assalariados, mas sim proprietários de caminhões. Naquele mês de outubro, Salvador Allende havia nacionalizado uma pequena firma transportadora do extremo sul do país, em Aysen. A decisão da greve foi anunciada por Leon Vilarin, o líder da organização dos caminhoneiros.
O Chile daqueles tempos trazia uma agenda social progressista.
No início de 1972 o estado controlava as riquezas naturais e as indústrias básicas do país. O estado chileno controlava 30% do crédito, 85% das exportações e 45% das importações. O programa de saúde havia reduzido a mortalidade infantil, através de várias campanhas sanitárias e de nutrição, como a distribuição de ½ litro de leite diário a cada criança até 14 anos. Em 1971 o PIB havia crescido 8% contra uma média de 2.7% entre 1969 e 1970.
Os caminhoneiros, é sabido, não gostavam disso.
Meu interlocutor militante mandou a este blog algo que corre pela rede:
“O golpe em Dilma, pelas forças da direita que destroem a Petrobras, já começou. A greve dos caminhoneiros foi orquestrada pelos EUA, da mesma forma que orquestraram a greve dos caminhoneiros que derrubou Allende.  Sabemos que León Villarín, líder dos caminhoneiros em greve, era um agente da CIA filiado ao Iadesil – Instituto Americano para o Desenvolvimento do Sindicalismo Livre, com sede nos EUA. E ficou provado que a Cia financiou os caminhoneiros em greve. Mais de 100 sindicalistas foram enviados pela AIFL à Virginia para fazerem cursos e receber treinamento e regressando ao Chile se engajavam como profissionais nas organizações dos trabalhadores.
O Iadesil se dedica a formar dirigentes sindicais em toda a América Latina para se oporem “a ameaça de infiltração castrista”. Na época o Iadesil recebia recursos do Fundo Kaplan, intermediário financeiro da Cia, da Usaid e das grandes empresas transnacionais, entre elas a ITT, Grace, Rockefeller, Shell, Standard Oil, United Fruit y Kenneccott…
 Toda essa estrutura se montou agora também contra Dilma, diversificada, mas também partindo do ponto da greve dos caminhoneiros”.
O meu missivista prossegue:
 “Toda a ação da reação contra Allende se desenvolveu, curiosamente, coincidente com os planos de subversão da ITT-CIA, denunciados pelo jornalista Jack Anderson, do Washington Post. O plano consistia em:
a)    Provocar a deterioração da situação econômica.
b)    Ação psicológica através dos meios de comunicação;
c)     Trabalho divisionista nas Forças Armadas.
d)    Preparação de grupos paramilitares
Fazem o mesmo agora contra Dilma.”
 Diz meu missivista que a mídia atacar a Petrobras, agora, é também uma reedição chilena:
 A Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP – interagia com os grandes jornais do continente garantindo cobertura “fiel” aos fatos. Durante a campanha de Allende, o presidente da SIP era nada menos que Agustin Edward, o chefe do clã dono do Mercúrio e, a partir de 1973, assumiu a direção outro chileno, Raul Silva Espejo, diretor do Mércurio. Na campanha contra Allende atuava também o jornalista Federico Willoughby McDonald, assalariado da CIA. Esse Centro treinou, em 1972, 400 pessoas para ações terroristas urbanas. Willoughby, como prêmio, em 1973 ganhou o posto de assessor de imprensa de Pinochet. Weellock aparece como mentor de outros golpes de estado na página 540 do livro “Who’s Who em CIA”.
 Não precisamos mais disso porque os grampos contra Dilma, denunciados por Snowden, dão conta do recado”.
Finaliza o missivista:
“O matutino  El Mercurio, segundo os documento da ITT recebia orientação da Usis, o serviço de informações da embaixada dos EUA. Posteriormente, com a desclassificação dos documentos da Cia, em 1998, comprovou-se que o jornal recebia grandes quantidades de dólares e que o USIS “ajudava” nos editoriais e outros artigos de opinião.
A mesma orientação é dada agora pelos EUA à grande mídia, que tema a Lei de Meios”.
Enquanto os caminhoneiros não mostrarem seus rostos políticos, a máquina de propaganda viral dos Militantes de Ambientes Virtuais vai fazer deles o que quiser.
Enquanto bato estas mal traçadas, os caminhoneiros são agentes dos EUA contra Dilma.
Vamos ver o que vão ser daqui a algumas horas…
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