sexta-feira, 19 de março de 2010

Os números e a política.





Escrito por Vagner Freitas de Moraes, secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional


18/03/2010

Antes de começar a tecer considerações políticas sobre o caso da Cooperativa Habitacional dos Bancários, é preciso destacar os números que fazem parte da nota de esclarecimento da Bancoop:
Os números
Total de empreendimentos já concluídos ou em construção: 34.
Empreendimentos com todas as unidades entregues: 24.
Empreendimentos em construção: 10.
Empreendimentos que foram descontinuados por falta de interesse dos cooperados: 19.
Total de unidades já entregues ou em construção: 6.358
Total de unidades entregues: 5.337 (84% do total), sendo 4.152 em empreendimentos já concluídos e 1.185 em empreendimentos em construção.
Total de unidades em construção: 1021, sendo que, desse total, 502 pertencem a cooperados que aguardam a conclusão e o restante integra um estoque de unidades disponíveis.
Total de unidades com escritura liberada: 3.406.
É de conhecimento público que a Cooperativa Habitacional dos Bancários passou por uma série de dificuldades e que um dos responsáveis pela busca de soluções chama-se João Vaccari Neto. Respeito aos investimentos dos cooperados sempre foram as marcas da administração de nossa cooperativa.
Sou testemunha da seriedade do companheiro João Vaccari, não só como uma grande liderança da Central Única dos Trabalhadores e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, mas também como presidente da Cooperativa dos Bancários. Acompanho sua luta desde que ele assumiu a presidência da cooperativa para colocar a casa em ordem e poder atender aos interesses dos cooperados. E os números mostram que, apesar das dificuldades, ele vinha conseguindo antes de se licenciar.
Desde sua fundação, em 1996, a Bancoop teve por compromisso colocar à disposição imóveis com preços abaixo dos praticados pelo mercado. E nisso tem tido total sucesso. Os números disponíveis acima não deixam margens para dúvida.
Desde 2005, a cooperativa vem sendo auditada pela Terço Grant Thornton. Já havia celebrado um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com Ministério Público e vem cumprindo com tudo o que foi acordado.
A política
Desde 2007, o promotor José Carlos Blat tem investido contra a Bancoop e até hoje nada encontrou que pudesse colocar em suspeição suas atividades. Ao mesmo tempo, a cada dois anos, o assunto volta às manchetes de revistas e jornais tendo como principal fonte o promotor. Inclusive no 11/03 foi indeferido pela justiça, o pedido feito pelo promotor, de bloqueio das contas da cooperativa.
E, por fim, é importante perguntar:
Não é muito estranho que justamente quando a pré-candidata à presidência pelo Partido dos Trabalhadores chegou próximo ao candidato da mídia nas pesquisas eleitorais começam a aparecer estas denúncias requentadas?
Por que a Assembléia Legislativa de São Paulo não encaminhou as várias CPIs contra o PSDB que estão na casa como, por exemplo, as do Rodoanel e da Alston (cujas investigações mais sérias estão sendo feitas pela justiça da Suíça e da França)?
Porque esta mesma mídia, que insiste em fazer denúncia contra a Bancoop, não denuncia a falta de transparência da Assembléia Legislativa de São Paulo, que exerce uma verdadeira blindagem ao governo Serra?
É importante colocar que não é de agora que a imprensa - em especial a Revista Veja, os Jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, e as organizações Globo e Bandeirantes - não consegue conviver com o governo do presidente Lula, fazendo uma oposição sistemática e, às vezes, irresponsável para com o país.
Foram escândalos fabricados por denúncias sem o mínimo de comprovação; tentativa de disseminar o pânico na população como nos casos da febre amarela e da gripe H1N1; atribuir culpa que não lhe cabia, como o caso do acidente da TAM; além de campanhas sistemáticas contra o Bolsa Família e política de cotas nas universidades, entre outros avanços.
Na campanha eleitoral de 2006, vários desses veículos apostaram todas suas fichas na derrota do presidente Lula. No entanto, mais uma vez, a população deixou claro que não iria se influenciar pela opinião daqueles que, em detrimento do bem estar do país, querem se referendar como poder paralelo ao do Estado. O que acompanhamos mais uma vez nada mais é do que a tentativa desesperada de fabricação de um escândalo com intuito de atingir o PT e a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da República.
Isto tudo, é importante registrar, já é fruto do seminário realizado no dia 08 de março, patrocinado pelo Instituto Milleniun, cujo principal objetivo era organizar a atuação destes veículos na campanha eleitoral deste ano. Para eles, será tudo ou nada na tentativa de levar seu candidato ao poder na próxima eleição. As duas pseudodenúncias da Veja mostram que eles já estão colocando em jogo suas estratégias.
Nós, trabalhadores (as) paulistas, sabemos bem o que é ter um governo tucano no poder: arrocho de salário; privatização do nosso patrimônio, como nos governos de Fernando Henrique; falta de diálogo e criminalização dos movimentos sociais; mais e mais caros pedágios.
O que está em jogo no momento não são os interesses dos cooperados, como querem fazer parecer aqueles que requentam as denuncias contra a Cooperativa dos Bancários. O que esta em jogo é o projeto político da mídia e de seu candidato para 2010.
Para nós trabalhadores (as) cabe apostar na continuidade de um projeto vitorioso, com crescimento econômico, a participação popular, a valorização do salário mínimo e a inclusão social.

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