segunda-feira, 23 de maio de 2011

Super pop, Folha Teen, Record e o circo homofóbico travestido de liberdade de expressão

Ontem assisti a um verdadeiro show de horror no programa Super Pop, uma caricatura de debate sobre homofobia. Entre os convidados, Bolsonaro, Agnaldo Timóteo, um ‘ex-gay’ pastor e a travesti Luiza Marilac. O ‘debate’ virou um circo com direito do defensor dos homossexuais dizer que é contra a parada gay e um casal de lésbicas ser convidado para o programa e, ao final, Luciana Gimenez jogar para platéia a decisão de um beijo entre as mulheres. Pouco ou quase nada se discutiu em relação ao PLC122, à violência contra a comunidade LGBT provocada pela crescente homofobia e estimulada pelo debate caricato das tevês abertas. Um pouco mais cedo, o Jornal da Record fez possivelmente a abordagem mais preconceituosa e tendenciosa contra os materiais pedagógicos anti-homofobia. Não havia um pingo de jornalismo na matéria. É assustador como as tevês comerciais (concessões públicas) dão voz crescente à homofobia e aos homofóbicos, aos fundamentalistas, aos conservadores, aos preconceituosos que acham que vivemos num Estado Teocrático e absolutamente nada aconteçam com elas. Marco regulatório, já! Ontem também li uma entrevista com Bolsonaro na Folha Teen, incrível como alguém que se arroga ‘defensor da família’ possa ter um vocabulário tão chulo. Lembrando que este Caderno da Folha é destinado aos adolescentes é no mínimo contraditório ver a grande mídia condenar um material pedagógico cuidadoso que objetiva criar uma cultura de paz e anti-homofóbica, dar amplo espaço para um deputado que se refere às mulheres, aos negros e aos homossexuais de maneira tão desrespeitosa. A começar pelo título da matéria: ’Salvei o Negão Celso, boiola, da morte’, lembra Bolsonaro. Além de ‘boiola’, Bolsonaro’ usa ‘viadinho’ para definir os homossexuais: “Agora vocês falam de homofobia. Naquele tempo, era viadinho mesmo.”

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