terça-feira, 2 de agosto de 2011

As medidas não estabelecem novos e melhores empregos. Isso nos preocupa”, diz Vagner Freitas, Secretário de Finanças da CUT.

02/08/2011 21h44 - Atualizado em 02/08/2011 22h22
Setores da indústria comemoram pacote de estímulo do governo

Eles estão entre os que mais sofrem com a queda do dólar e com a concorrência de importados. Empregam muita gente e, pelo menos até o final de 2012, vão ter um custo menor na folha de pagamento.


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Os setores beneficiados pelo pacote do governo que visa estimular a indústria consideraram as medidas positivas.
Eles estão entre os que mais sofrem com a queda do dólar e com a concorrência dos importados. Os setores de calçados, móveis, softwares - os programas de computador - e as confecções receberam com alívio o plano do governo. Todas são indústrias que empregam muita gente e, pelo menos até o final de 2012, vão ter um custo menor na folha de pagamento.
Só na indústria têxtil são 1,7 milhão de trabalhadores. Nos últimos 12 meses, a entrada de roupas feitas lá fora aumentou 60% e mil funcionários já foram demitidos. Agora a chance de recuperação aumenta: “Primeiro significa mais competitividade, uma redução de 60%, 70% desses encargos para a indústria de confecção e vai permitir que elas possam competir com os produtos importados”, explica Alfredo Bonduki, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústia Têxtil.
“Na minha opinião, eu acho que ajuda bastante, mas não é suficiente, nós temos que continuar”, lembra Róbson Andrade, presidente da Confederação Nacional de Indústrias (CNI).
Os dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da força sindical, as duas maiores centrais de trabalhadores do país, criticaram as medidas. Ao contrário do que informou o governo, eles disseram que não participaram da elaboração do plano e que o alívio na folha de pagamento das indústrias não vai criar empregos. Segundo eles, pode gerar outros problemas.
“É uma bomba relógio, para a Previdência, daqui a alguns anos, essa bomba virá, talvez com um rombo muito maior na Previdência”, lamenta Miguel Torres, vice-presidente da Força Sindical.
“Me parecem boas as medidas do ponto de vista das suas intenções. Agora, não é nada colocado nas medidas que estabeleça meta por exemplo, para estabelecer novos e melhores empregos. Isso nos preocupa”, diz Vagner Freitas, secretário de Finanças da CUT.
O professor da Fundação Getúlio Vargas Evaldo Alves elogiou o plano. Disse que ele abre espaço para a criação de mais empregos e que chegou em boa hora: “A política industrial é o oportuna, não pela inovação apenas, mas porque estamos sofrendo ameaça. Estamos sofrendo a competição dos outros países emergentes, e, se a gente não for rápido, a gente acaba perdendo mercado”, afirma

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