Publicado em 29/04/2013
Nas manchetes a questão da maioridade penal aos 16 anos. Assunto recolocado depois da barbaridade que foi o assassinato da dentista Cinthya Magaly de Souza. Ela foi queimada viva porque assaltantes só encontraram R$ 30 em sua conta bancária.
Maioridade penal aos 16 anos. Esse é um daqueles debates em que, a princípio, se argumentos soam razoáveis de parte a parte. Por exemplo: milhares e milhares de pessoas viram seus filhos, pais, irmãos, serem assassinados. E depois menores assumirem a culpa. Como no caso da dentista. Ou em tantos outros.
Na oposição à maioridade penal aos 16 anos se terá dezenas de argumentos. Vale, então, examinar os fatos, a realidade. A polícia de São Paulo está investigando grupos de extermínio. Esquadrões da Morte, para ser exato. Só na região de Osasco tais grupos seriam responsáveis por mais de 40 assassinatos nos últimos meses. PMs são suspeitos.
A polícia civil suspeita que em outros pontos da Grande São Paulo grupos de extermínio estão agindo, há anos. Também com PMs entre os suspeitos. Muitos dos executados são menores de idade, às vezes com menos de 16 anos. Muitas vezes, executados ao acaso.
Nisso tudo, uma certeza: nenhum PM é menor de idade. São todos maiores. E, a própria polícia investiga e admite: PMs estão executando pessoas. Cabe então uma primeira observação: o Estado quer mudar a maioridade penal, mas o Estado não consegue controlar seus policiais que matam.
Se agentes do Estado, policiais, se disfarçam e agem como assassinos, que autoridade moral tem o Estado para propor esse debate, o da maioridade penal aos 16? Por mais que existam argumentos também a favor.
No Rio de Janeiro, as milícias, o conluio de bandidos, policiais e políticos. Na Bahia, policiais são suspeitos em dezenas de execuções. Idem em Alagoas. Brasil afora, agentes do Estado são suspeitos de integrar grupos de extermínio. De matar aos montes, sejam bandidos ou apenas adversários no tráfico ou pessoais, o que for.
Quando alguém pesquisar, descobrirá: nas últimas décadas, milhares de pessoas foram executadas no Brasil por grupos de extermínio. Uma pergunta que todos deveríamos nos fazer: como é possível debater maioridade penal a sério se nossas polícias, ou seja, o Estado, ainda abriga grupos de extermínio? Todos sabemos que agentes da lei cometem assassinatos e ficam impunes. Quase sempre, com amplo e cego apoio da sociedade. Ao tempo em que debate a maioridade penal, o Brasil deveria discutir o por que das suas polícias matarem como foras da lei.
Maioridade penal aos 16 anos. Esse é um daqueles debates em que, a princípio, se argumentos soam razoáveis de parte a parte. Por exemplo: milhares e milhares de pessoas viram seus filhos, pais, irmãos, serem assassinados. E depois menores assumirem a culpa. Como no caso da dentista. Ou em tantos outros.
Na oposição à maioridade penal aos 16 anos se terá dezenas de argumentos. Vale, então, examinar os fatos, a realidade. A polícia de São Paulo está investigando grupos de extermínio. Esquadrões da Morte, para ser exato. Só na região de Osasco tais grupos seriam responsáveis por mais de 40 assassinatos nos últimos meses. PMs são suspeitos.
A polícia civil suspeita que em outros pontos da Grande São Paulo grupos de extermínio estão agindo, há anos. Também com PMs entre os suspeitos. Muitos dos executados são menores de idade, às vezes com menos de 16 anos. Muitas vezes, executados ao acaso.
Nisso tudo, uma certeza: nenhum PM é menor de idade. São todos maiores. E, a própria polícia investiga e admite: PMs estão executando pessoas. Cabe então uma primeira observação: o Estado quer mudar a maioridade penal, mas o Estado não consegue controlar seus policiais que matam.
Se agentes do Estado, policiais, se disfarçam e agem como assassinos, que autoridade moral tem o Estado para propor esse debate, o da maioridade penal aos 16? Por mais que existam argumentos também a favor.
No Rio de Janeiro, as milícias, o conluio de bandidos, policiais e políticos. Na Bahia, policiais são suspeitos em dezenas de execuções. Idem em Alagoas. Brasil afora, agentes do Estado são suspeitos de integrar grupos de extermínio. De matar aos montes, sejam bandidos ou apenas adversários no tráfico ou pessoais, o que for.
Quando alguém pesquisar, descobrirá: nas últimas décadas, milhares de pessoas foram executadas no Brasil por grupos de extermínio. Uma pergunta que todos deveríamos nos fazer: como é possível debater maioridade penal a sério se nossas polícias, ou seja, o Estado, ainda abriga grupos de extermínio? Todos sabemos que agentes da lei cometem assassinatos e ficam impunes. Quase sempre, com amplo e cego apoio da sociedade. Ao tempo em que debate a maioridade penal, o Brasil deveria discutir o por que das suas polícias matarem como foras da lei.
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