Por que o embate entre Carlos Dornelles e a Globo é de grande interesse público
2 de julho de 2013
Carlos Dornelles é um verbete grande no espaço de memórias do site da
Globo. Ali ficamos sabendo que Dornelles, gaúcho de Cachoeira do Sul
nascido em 1954, fez muitas coisas na Globo.
Vou transcrever um trecho para conhecermos melhor Dornelles na Globo segundo a própria Globo:
Esteve à frente de importantes coberturas, tais como a do comício
no Vale do Anhangabaú pela campanha das Diretas Já, em 1984. (…) Também
integrou a equipe mobilizada para a cobertura da doença e, em seguida,
do falecimento do então presidente eleito Tancredo Neves.
Em abril de 1989, Dornelles foi transferido para o escritório da TV Globo em Londres, onde começou a trabalhar
como correspondente. Durante os anos em que esteve na Inglaterra,
realizou importantes coberturas jornalísticas sobre a crise do leste
europeu. Na então Tchecoslováquia, cobriu a chamada Revolução de Veludo,
em novembro de 1989. No mesmo período, esteve no Irã, onde foi
responsável pela cobertura da morte do aiatolá Khomeini, cujo enterro
reuniu cerca de dez milhões de iranianos; e na Alemanha, onde acompanhou
o primeiro ano-novo após a queda do Muro de Berlim.
Em outubro de 1990, recém-chegado de Londres, Carlos Dornelles
foi convidado (…) para trabalhar como correspondente em Nova York. No
ano seguinte, participou da equipe de cobertura da Guerra do Golfo, um
dos momentos mais marcantes de sua carreira. (…) Ainda como
correspondente em Nova York, realizou a cobertura da prisão e da morte
do traficante colombiano Pablo Escobar, em 1991 e 1993, e esteve
diversas vezes no Peru cobrindo o governo e a queda do ex-presidente
Alberto Fujimori.
Ao longo de sua carreira, também participou de importantes
coberturas esportivas, como a da Copa do Mundo de 1990, na Itália; a de
1994, nos Estados Unidos, em que o Brasil conquistou o tetracampeonato; e
a de 1998, na França. Fez parte, ainda, da equipe que cobriu as
Olimpíadas de Seul, na Coreia do Sul, em 1988, e de Sidney, na
Austrália, em 2000.
Bem, tanta coisa não foi suficiente para impedir que Dornelles fosse
colocado na geladeira, algum tempo depois de manifestar publicamente seu
incômodo com a forma como a Globo vinha cobrindo política. Antes de
afinal pedir demissão, passou pelo exílio jornalístico siberiano do
Globo Rural, encostado e visto por agricultores nos domingos pela manhã.
Tanta coisa, também, não foi suficiente para que Dornelles, a partir
de um determinado momento na Globo, desfrutasse dos direitos
trabalhistas nacionais. Dornelles foi instado a se tornar, como tantos
outros funcionários graduados da Globo, o chamado “PJ” – pessoa
jurídica. É uma manobra comum entre as empresas jornalísticas, com raras
e caras exceções como a Abril.
Diário do Centro do Mundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário