“Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos”, diz presidente do CRM/MG
A contratação de médicos estrangeiros pelo programa
Mais Médicos, do Governo Federal, está longe de ter um final em que as
duas partes – profissionais e União – cheguem a um acordo. A última
grande polêmica gira em torno do anúncio da convocação de cubanos para
atender no Brasil.
O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) já entrou oficialmente na briga contra a medida. Na quinta-feira
(22), o presidente da entidade, João Batista Gomes Soares, anunciou que
pretende denunciar os cubanos por exercício ilegal da profissão,
alegando que o governo autorizou a atividade dos médicos sem que eles
passem pelo processo de revalidação do diploma estrangeiro e pelo exame
de proficiência em língua portuguesa.
Em entrevista ao jornal Estado de Minas,
publicada nesta sexta-feira (23), João Batista garantiu que, se o
governo seguir em frente com as contratações, o impasse
vai virar caso de polícia. “Se ouvir dizer que existe um médico cubano
atuando em Nova Lima, por exemplo, mando uma equipe do CRM-MG
fiscalizar. Chegando lá, será verificado se ele tem o diploma
revalidado no Brasil e a carteirinha do CRM-MG. Se não tiver, vamos à
delegacia de polícia e o denunciamos por exercício ilegal da profissão,
da mesma forma que fazemos com um charlatão ou com curandeiro”, afirmou
Batista.
O presidente do CRM/MG ainda fez uma
declaração polêmica. “Nossa preocupação é com a qualidade desses
médicos, que são bons apenas em medicina preventiva, não sabem tirar
tomografia. Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas
cubanos”, disse.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) também considera a adoção do programa eleitoreira, irresponsável e desrespeitosa.
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