247 – O colunista social Anderson
Magalhães foi afastado do jornal O Diário de Mogi,
do município de Mogi das
Cruzes, na Grande São Paulo, depois de ter publicado
uma coluna defendendo voto
contra o PT e ofendendo nordestinos, pobres e empregadas
domésticas na edição
nº 15 da revista Actual Magazine, que circula na região.
Em seu texto, intitulado
"Desespero", ele prega voto contra o PT no próximo domingo
26, sugere
"trancar nossas 'secretárias do lar' em casa, interditar as casas de forró
e
proibir os porteiros de saírem dos prédios". Defende que Salvador viva
apenas do que
produz: dendê, cocada e Luiz Caldas. E que os pernambucanos
sejam
sustentados apenas de R$ 97 do Bolsa
Família e dos direitos autorais de
"Morena Tropicana", música de Alceu Valença.
O colunista idealiza ainda que os
estados nordestinos de Alagoas,
Piauí e Maranhão fiquem de fora do cenário
eleitoral "por falta
de fórum privilegiado" e que o voto desses
estados
só seja validado caso a população formule "uma frase inteira sem
erros de concordância e com todos os plurais". Esquece, porém,
de colocar
plural em uma frase da própria coluna,
quando pede que "Dilma e sua corja
perca seus votos" - quando o
correto seria "percam".
Depois da publicação da coluna,
Magalhães publicou em suas redes
sociais que havia sido "mal
interpretado" e que sua intenção era apenas a
de ser "irônico".
Em comunicado publicado nesta terça-feira 21, o jornal afirma que
"discorda totalmente das opiniões emitidas pelo colunista", informa
não ter responsabilidade pelo conteúdo veiculado
na revista e diz que Anderson
Magalhães "não é mais colunista deste
jornal", onde assinava a coluna
"Beatz".
Em artigo anterior, também na
Actual Magazine, o colunista já havia manifestado
seu mal estar com os
brasileiros que passaram a andar de avião. "E tudo isso começou
quando Lula e sua equipe — todos muito acostumados a andar de ônibus
desde os tempos de calango — chegaram ao poder", escreve, saudosista:
"Foi-se o tempo
que bastava
apenas chegar ao guichê, comprar a passagem e embarcar...". O
cenário
atual, para ele,
é um terror: "Hoje é gente brotando dos ralos e
carregando aquelas
sacolas plásticas lotadas de cacarecos comprados em camelô e
nos mercados
de genéricos. O Brasil virou uma grande
loja de R$ 1,99. Pelo menos
é o que eu vejo nos aeroportos" .
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