Sem proposta de reajuste salarial, servidores municipais decretam estado de greve
Sindicato rejeita proposta que achata salários e trata de forma diferenciada os trabalhadores do município
Alexandre Gamón e Tatiana Melim - CUT/SP
Manifestantes em frente ao gabinete da prefeitura
Mesmo com a chuva que tomou a capital paulista na tarde desta terça-feira (7), os servidores públicos municipais de São Paulo protestaram em frente ao gabinete do prefeito Gilberto Kassab. Como a prefeitura não ofereceu nada além dos 0,01% de reajuste, os servidores resolveram decretar estado de greve para manter a grande mobilização entre a categoria.Os servidores reivindicam um reajuste salarial de 39%, uma vez que nem a inflação é corrigida há 5 anos. A prefeitura, desde 2006, mantém o reajuste de 0,01% para categoria, mesmo com uma inflação acumulada de 28%, segundo o IPC (Índice de Preço ao Consumidor). Entre outras reivindicações, estão a mudança da lei salarial, a revisão dos planos de carreiras e o fim do assédio moral.
Com a falta de diálogo da prefeitura, cerca de 5.000 trabalhadores/as saíram às ruas para reivindicar os seus direitos e pela luta em defesa do serviço público de qualidade. Com isso, os manifestantes ocuparam a frente da prefeitura com nariz de palhaço, cornetas, bandeiras e a palavra de ordem: "O povo na rua, Kassab a culpa é sua!"
Devido a forte pressão dos servidores, que já haviam realizado grande mobilização no dia 25 de maio, a Secretaria Municipal de Planejamento resolveu receber os representantes do Sindsep, sindicato que representa a categoria, para definir um calendário de negociação.
Para a Presidenta da FETAM (Federação dos Trabalhadores Municipais do Estado de São Paulo), Paula Leite, pior do que receber 0,01% de aumento salarial é o tratamento diferenciado entre os trabalhadores. "Foi um reajuste insignificante de aproximadamente 0,08 centavos, pois foi calculado sobre o menor salário pago a um trabalhador municipal".
A Secretaria de Planejamento ainda propôs aumentar de R$ 540 para R$ 630 o piso salarial dos servidores, porém seria feito por meio de gratificação e não por alteração na lei. "Essa gratificação proposta pelo secretário de planejamento, Roberto Chamas, foi ridícula, porque aumento salarial, além de não se fazer através de gratificação, não pode privilegiar alguns trabalhadores", critica a Presidenta da FETAM.
Na proposta do secretário, os trabalhadores do serviço funerário, do Instituto de Previdência do Município e aposentados não receberiam tal abono.
Uma nova assembleia foi marcada para o dia 21, às 10h, com o local a confirmar.
Confira todas as reivindicações da categoria
• 39% de reajuste;• Mudança da lei salarial;
• Extensão da Gratificação de Atividade para todos do nível médio e do nível básico;
• Extensão da GDA para todos do nível universitário;
• Negociação da pauta da saúde;
• Reposição dos dias parados;
• Fim do assédio moral;
• Para os AGPPs e Agentes de Apoio (da educação) definição e esclarecimento de opção entre as gratificações GA, GAE e PDE;
• Revisão dos Planos de Carreiras;
• Incorporação das gratificações e extensão de todos os direitos para os aposentados.
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