As campanhas salariais do
segundo semestre deste ano despertam a atenção de diversos setores da sociedade
devido à importância das categorias e do volume de dinheiro que estará
envolvido, além da crise na Europa e nos Estados Unidos.
Sentimos na pele o que é a disputa entre patrões e empregados, também conhecida como “luta de classes”. Presenciei centenas de golpes midiáticos, tentando jogar a população contra o movimento sindical, e pude acompanhar de perto as cruéis artimanhas utilizadas pelos empresários para desmobilizar a luta dos trabalhadores. São práticas antissindicais que em seu estágio mais avançado resultam em violência e até assassinatos. Como a morte recente de trabalhadores rurais e líderes sindicais no Pará.
Todos os dias os trabalhadores são vítimas dessas práticas nefastas que ficam mais evidentes durante as campanhas salariais. São perseguições, demissões de sindicalistas, assédio moral, ameaças, criminalização e chantagens. E acima de tudo, ameaça de demissões em massa dos trabalhadores. Ainda mais em tempo de crise econômica ou política.
Um exemplo da pressão dos patrões foi à demissão do diretor do Conselho Fiscal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, após realizar uma manifestação na redação contra a mudança no Plano de Saúde. Não por acaso, o proprietário do Jornal é também Presidente do Sindicato Patronal das Empresas de Jornal no Interior do Estado de São Paulo. Liberdade só no discurso. Na prática, muitos destes empresários de comunicação estão com saudade da ditadura.
A ameaça à liberdade e autonomia sindical, não é privilégio apenas na iniciativa privada. Trabalhadores públicos também enfrentam cerceamento de direitos sindicais. É emblemático o caso do companheiro do Sindsaúde, José Anjuli Maia, dirigente sindical e motorista do Hospital de Guaianazes, demitido após questionar a direção do Hospital pelo não cumprimento do acordo da jornada de 30 horas. Neste caso a Justiça funcionou, e anulou rescisão do contrato de trabalho por justa causa e ainda condenou o Governo do Estado de São Paulo a reintegrá-lo no prazo de 8 dias, pagando todos os salários e benefícios atrasados.
Nas campanhas salariais deste segundo semestre, a CUT, como sempre, estará preparada para ser firme na defesa dos trabalhadores, mesmo sabendo que os empresários usarão a mídia para criminalizar o movimento sindical, a polícia para reprimir e o judiciário (que na calada da noite expede Interditos Proibitórios) para dificultar a ação sindical próximo ao local de trabalho.
Mas a palavra final é dos trabalhadores. A CUT e seus sindicatos filiados são os porta-vozes do clamor dos assalariados e do povo que busca melhores condições de vida e mais liberdade de organização. Sabemos que a negociação será difícil e que a possibilidade de muitas greves está presente, nos colocamos à disposição de todos para dialogar, organizar, mobilizar e decidir democraticamente. Afinal, dinheiro não cai do céu!
Post do blog de Gilmar Carneiro
Daniel Reis é Diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Executiva da CUT-SP. |
Sentimos na pele o que é a disputa entre patrões e empregados, também conhecida como “luta de classes”. Presenciei centenas de golpes midiáticos, tentando jogar a população contra o movimento sindical, e pude acompanhar de perto as cruéis artimanhas utilizadas pelos empresários para desmobilizar a luta dos trabalhadores. São práticas antissindicais que em seu estágio mais avançado resultam em violência e até assassinatos. Como a morte recente de trabalhadores rurais e líderes sindicais no Pará.
Todos os dias os trabalhadores são vítimas dessas práticas nefastas que ficam mais evidentes durante as campanhas salariais. São perseguições, demissões de sindicalistas, assédio moral, ameaças, criminalização e chantagens. E acima de tudo, ameaça de demissões em massa dos trabalhadores. Ainda mais em tempo de crise econômica ou política.
Um exemplo da pressão dos patrões foi à demissão do diretor do Conselho Fiscal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, após realizar uma manifestação na redação contra a mudança no Plano de Saúde. Não por acaso, o proprietário do Jornal é também Presidente do Sindicato Patronal das Empresas de Jornal no Interior do Estado de São Paulo. Liberdade só no discurso. Na prática, muitos destes empresários de comunicação estão com saudade da ditadura.
A ameaça à liberdade e autonomia sindical, não é privilégio apenas na iniciativa privada. Trabalhadores públicos também enfrentam cerceamento de direitos sindicais. É emblemático o caso do companheiro do Sindsaúde, José Anjuli Maia, dirigente sindical e motorista do Hospital de Guaianazes, demitido após questionar a direção do Hospital pelo não cumprimento do acordo da jornada de 30 horas. Neste caso a Justiça funcionou, e anulou rescisão do contrato de trabalho por justa causa e ainda condenou o Governo do Estado de São Paulo a reintegrá-lo no prazo de 8 dias, pagando todos os salários e benefícios atrasados.
Nas campanhas salariais deste segundo semestre, a CUT, como sempre, estará preparada para ser firme na defesa dos trabalhadores, mesmo sabendo que os empresários usarão a mídia para criminalizar o movimento sindical, a polícia para reprimir e o judiciário (que na calada da noite expede Interditos Proibitórios) para dificultar a ação sindical próximo ao local de trabalho.
Mas a palavra final é dos trabalhadores. A CUT e seus sindicatos filiados são os porta-vozes do clamor dos assalariados e do povo que busca melhores condições de vida e mais liberdade de organização. Sabemos que a negociação será difícil e que a possibilidade de muitas greves está presente, nos colocamos à disposição de todos para dialogar, organizar, mobilizar e decidir democraticamente. Afinal, dinheiro não cai do céu!
Post do blog de Gilmar Carneiro
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