domingo, 7 de agosto de 2011

Moradores de rua de SP acusam violência e higienismo da prefeitura .

Para população de rua, trabalho de ONGs e de grupos religiosos é o que garante a sobrevivência, enquanto aguardam um olhar mais humano do poder público
Por: Raoni Scandiuzzi, da Rede Brasil Atual

Publicado em 06/08/2011, 12:10
Última atualização às 13:01

Moradores de rua de SP acusam violência e higienismo da prefeitura
Sem políticas públicas que a contemple, população de rua depende de benevolência da sociedade (Foto: ©Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress)
São Paulo – Esquecidos por grande parte da sociedade e pelo poder público, especialmente pela prefeitura de São Paulo, os moradores de rua da maior e mais rica cidade brasileira encontram nas instituições não governamentais e grupos religiosos a saída para manter a pouca dignidade social e esperança que lhes restam.
Nem o frio nem a fome. O que mais incomoda essas pessoas é o tratamento desumano e muitas vezes violento aplicado pelas forças policiais. Matheus Alves de Oliveira tem 16 anos - na rua desde os 12 - não hesita em falar da agonia vivida quase que diariamente.
"Por qualquer coisinha os policiais já querem agredir. Tem vez que o pessoal do rapa chega para pegar os colchões e os cobertores, nós saímos correndo e ele jogam spray de pimenta, sem nem perguntar nada", conta o garoto. Rapa é uma gíria para os funcionários da Central de Atendimento Permanente de Emergência (Cape), órgão da prefeitura cuja função é atender a população em situação de rua.
O jovem Matheus, que sonha em ser mestre de capoeira, disse que já recorreu ao abrigo municipal do M'boi Mirim, mas que desistiu. "Não gostei do ambiente", justifica. Os abrigos e albergues públicos paulistanos vêm sendo alvo constante de críticas devido às superlotações e maus tratos, além da falta de higiene.

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