O
shopping Higienópolis, em um dos bairros mais ricos de São Paulo, tornou-se
palco de manifestação antirracismo neste sábado. Uma arquiteta ouvida pela Folha
de S. Paulo discordou do protesto: “Achei ridículo. Afinal de contas, esse
negócio de racismo onde é que está?” Questionada a respeito da reclamação dos
manifestantes sobre a pequena quantidade de negros no shopping, ela respondeu:
“Você viu a quantidade de seguranças negros, de empregados?”A sinceridade foi tão grande que ela nem se ligou que sua
declaração foi como uma cobra comendo seu próprio rabo.
Só havia uma
negra na minha sala de aula na graduação em jornalismo na USP.
O que faz
sentido. Até porque, como todos sabemos, os negros representam 4% da população
brasileira.
Mas isso não importa, porque não existe preconceito por cor
de pele.
Ignorar um machucado não faz ele desaparecer.
Confiar no
mito da democracia racial brasileira, construído para servir a propósitos, é tão
risível quanto ser adulto e esperar um mamífero entregador de chocolate (a.k.a.
Coelho).
Encarar pessoas com níveis de direitos diferentes como iguais é
manter em circulação coisas que a gente ouve por aí: - Tinha que ser
preto mesmo!…
- Amor, fecha rápido o vidro que tá vindo um escurinho mal
encarado.
- Olha, meu filho não é preconceituoso, não. Ele tem amigos
negros.
- Eu adoro o Brasil porque é um país onde não existe racismo como
nos Estados Unidos. Aqui, brancos e negros vivem em harmonia. Todos com as
mesmas oportunidades e desfrutando dos mesmos direitos. O que? Se eu deixaria
minha filha casar-se com um negro? Claro! Se ela conhecesse um, poderia sem
sombra de dúvida.
- Vê se me entende que eu vou explicar uma vez só. A
política de cotas é perigosa e ruim para os próprios negros, pois passarão a se
sentir discriminados na sociedade – fato que não ocorre hoje. Além disso, com as
cotas, estará ameaçado o princípio de que todos são iguais perante a lei, o que
temos conseguido cumprir, apesar das adversidades.
Mas o brasileiro
não é homofóbico.
Nem machista.
Muito menos racista.
O
blogueiro, um japonês safado e escurinho, é que é um idiota.
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