terça-feira, 26 de novembro de 2013

Só consciência não basta....


Desigualdade racial ainda reina no país


Por: Victor Martins - Bárbara Nascimento

25/11/2013
Apesar das melhorias, condição de vida de negros ainda é pior que a de brancos
Brasília – O Brasil, se dividido pela cor da pele, seria dois países distintos. 
Um formado por uma população branca, que ocuparia a 65ª posição no ranking 
do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). 

Outro, de negros e pardos, estaria relegado ao fim dessa fila, no 102º lugar.
Os dados evidenciam o tamanho e a persistência da desigualdade racial que 
ainda reina no país, a despeito de todos os avanços sociais na última década. 

Calculados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 
com base no IDH da Organização das Nações Unidas (ONU), 
que põe o Brasil na 85ª posição numa lista de países ordenados 
de acordo com as condições de vida da população, os dois 
índices mostram que a longa distância que os separa exige ações 
concretas do governo e da sociedade para corrigir problemas históricos. 

É evidente, também, que o Brasil mais pobre, de características preta e parda,
 que agrega 96,8 milhões de pessoas, está, aos poucos, rompendo barreiras 
importantes. Entre 2003 e 2013, esse grupo passou a dar as cartas no mercado 
de consumo. Seu potencial de gastos mais que dobrou — cresceu 136% —, 
saltando de R$ 509,3 bilhões para R$ 1,2 trilhão. No mesmo período, 
o avanço entre os não negros, segundo classificação do Instituto 
Data Popular, foi de 67%. 

Ainda assim, falta muito, cerca de R$ 800 bilhões, para que os negros e os pardos 
alcancem o nível de gastos do restante dos brasileiros, que em 2013 será de 
R$ 2 trilhões.  "A renda dos que ganham menos vem crescendo mais desde
 2003. O país, porém, apresenta um grande índice de desigualdade.
 Temos mais negros na baixa renda do  que na alta", afirma Renato
 Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. 

Mesmo no topo da pirâmide as cores da desigualdade são evidentes.
 O rendimento dos negros de classe alta representa apenas 28% dos gastos 
totais dessa camada da população. Na parcela classificada como média,
 negros e pardos respondem por 51% da renda. Na base, eles são donos 
de 68% do dinheiro despejado na economia todos os anos. 
"Essa desigualdade decorre, primeiro, da disparidade no mercado de trabalho"
, explica Meirelles. 
Os brancos acabam sendo os escolhidos para os melhores postos,
 com remunerações maiores. 

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